Há três semanas que o jornal A Tribuna vem publicando algumas matérias sobre a terceirização da limpeza urbana, que, em Jales, é realizada pela empresa Ecopav Construção e Pavimentação Ltda. Entre outras coisas, a Tribuna destacou a questão da varrição, que apresenta números um tanto quanto estranhos.
O contrato entre a Prefeitura de Jales e a Ecopav previa a varrição de 1.500 quilômetros mensais. No entanto, essa quantidade só foi mais ou menos respeitada nos primeiros meses. Depois, foi aumentando até chegar a mais de 3.000 quilômetros varridos. O recorde foi batido em outubro de 2008, quando a fatura apresentada pela Ecopav registrou a varrição de – pasmem!! – 3.370,20 quilômetros.
E vejam só como a vida é cheia de coincidências: no segundo semestre de 2008, quando o prefeito Parini disputava a sua reeleição, tanto a merenda escolar – que chegou a mais de 9.000 refeições diárias, um despautério!! – quanto a coleta de lixo bateram recordes.
Um outro detalhe é que a Ecopav, que já teve cerca de 60 funcionários na varrição das nossas ruas, hoje tem apenas 35 ou 36 pessoas nessa tarefa. Alguns bairros deixaram de ser varridos, em outros diminuiu-se a frequência, mas, apesar disso, a quilometragem varrida não diminuiu muito.
Outro detalhe interessante: a partir de junho de 2010, a Ecopav foi obrigada a diminuir os preços que estava cobrando, providência que, em tese, deveria proporcionar uma economia de uns R$ 30 mil mensais para a Prefeitura. E o que aconteceu? Nada! Os valores pagos pela Prefeitura continuaram praticamente os mesmos, isto é, diminuiram-se os preços, mas, pelo jeito, aumentaram-se os serviços cobrados. Muito interessante, não é mesmo?
Depois das matérias de A Tribuna, alguns bairros – como o Pedro Nogueira, o Alvorada e o São Gabriel – que não eram varridos há mais de dois anos, começaram a ser varridos, mas com uma novidade: a varrição está sendo feita por uma varredeira mecânica, que, segundo me explicou um diretor da Ecopav, substitui a mão-de-obra de 33 varredoras. Uma coisa, no entanto, precisa ficar melhor esclarecida: a licitação e o contrato assinado com a empresa falam apenas em varrição manual, que custa R$ 25,65 por quilômetro. Quanto será que a Prefeitura está pagando pela varrição mecanizada?