Blog do Cardosinho

O atual presidente da Câmara de Jales, Nivaldo Batista de Oliveira, o Tiquinho, desmentiu – em entrevistas radiofônicas, logo após a sessão de segunda-feira – que esteja cogitando descumprir acordo que prevê a eleição de Rivail Rodrigues Júnior para a presidência do Legislativo em 2016.

Tiquinho garantiu que não é do tipo de homem que não cumpre a palavra empenhada. “O que saiu da minha boca vai ser cumprido”. E o que saiu da boca dele, em acordo firmado no final de 2012, foi a promessa de votar em Rivail.

O tal acordo não é segredo para ninguém. Ele previa, a eleição de Pérola para a presidência em 2013, de Gilbertão em 2014, Tiquinho em 2015, e, finalmente, Rivail Júnior em 2016.

Apesar de desmentir que esteja pretendendo “furar” o acordo, Tiquinho confirmou que alguns vereadores o procuraram com a proposta de reelegê-lo para mais um mandato presidencial.  

Os vereadores jalesenses aprovaram por unanimidade, na sessão de ontem, uma “moção de repúdio” contra a recriação da CPMF, que está sendo proposta pelo governo federal. A iniciativa foi do vereador Tiago Abra(SD).

Alguns vereadores fizeram discursos confusos, dando a entender que votariam contra a tal moção, mas, ao final, votaram favoravelmente. A mim me pareceu, que os nobres edis optaram por fazer média com a ACIJ e a OAB, que lideram um movimento contra a volta do “imposto do cheque”.

O vereador petista Luís Rosalino, por exemplo, criticou o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e posicionou-se contra a CPMF. Até aí tudo bem. Ser contra a CPMF é um direito de qualquer um, mas o vereador poderia ao menos ter rebatido a justificativa que acompanha a moção, cheia de acusações contra o governo federal comandado, até onde se sabe, pelo PT.

O vereador Tiago Abra, autor da moção, reiterou em discurso – e notem, na foto acima, que poucos prestaram atenção – os ataques ao governo federal, citando casos de corrupção, como se ela, a corrupção, fosse uma exclusividade do governo petista. O vereador até antecipou que a “caixa preta” do BNDES vai ser aberta em breve.

Curiosamente, há menos de um mês, o deputado Paulinho da Força, – presidente do partido de Tiago Abra, o Solidariedade, e oposição ao governo federal – virou réu em uma ação do STF, acusado de desviar dinheiro do… BNDES. Como se vê, a corrupção não é um monopólio do governo federal.   

O senador José Agripino Maia(DEM-RN) se apresenta como uma das últimas reservas morais do hemisfério sul. Apresentado pela grande mídia como um ícone da ética e dos bons costumes, ele está sempre dando entrevistas para denunciar as mazelas do governo do PT.

Seu passado, porém, não o abona. Em março, depois de distribuir abraços e sorrisos em uma marcha contra a corrupção, Agripino viu seu nome ser injustamente incluído em um inquérito do STF, acusado de… corrupção.

Ele foi denunciado por um dos delatores da Lava Jato de cobrar propina de R$ 1 milhão para permitir um esquema de corrupção no sistema de inspeção veicular do Rio Grande do Norte.

E agora, em outubro, temos mais uma novidade. A notícia é da Agência Brasil:

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu hoje (5) ao Supremo Tribunal Federal (STF) abertura de inquérito para investigar o senador José Agripino Maia (DEM-RN) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. De acordo com a procuradoria, o parlamentar é acusado de receber dinheiro da empreiteira OAS nas obras da Arena das Dunas, em Natal, estádio construído para Copa do Mundo de 2014.

As suspeitas surgiram em depoimentos de investigados na Operação Lava Jato, mas a PGR pediu que o inquérito não seja remetido ao ministro Teori Zavascki, relator dos processos oriundos da operação no Supremo.  Para a procuradoria, as acusações não estão relacionadas com os desvios de recursos da Petrobras, principal linha de investigação da Lava Jato.

Após ser informação do pedido de abertura de inquérito, o senador Agripino Maia disse que a acusação é absurda, inverídica e descabida. O parlamentar se colocou à disposição do Judiciário para prestar esclarecimentos. A Agência Brasil entrou em contato com a OAS, mas as ligações não foram atendidas.

Post Scriptum: enquanto a imensa maioria dos brasileiros precisa trabalhar e contribuir com a Previdência por 35 anos, para receber uma aposentadoria de, no máximo, R$ 4,3 mil, o grande catão potiguar, defensor dos coxinhas oprimidos, José Agripino Maia, recebe, desde maio de 1986, uma pensãozinha por ter sido governador do Rio Grande do Norte. Atualmente, a pensão é de R$ 30 mil.