NA CHINA, UM EMPRESÁRIO SE CONFUNDE AO SAUDAR TEMER
Esses argentinos… A rede de TV é chilena, mas a informação é da correspondente em Buenos Aires. Vejam o vídeo:
Uma semana após ser efetivado no cargo, o presidente Michel Temer participou nesta quarta-feira do desfile de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Temer tornou-se presidente efetivo no último dia 31, após a ex-presidente Dilma Rousseff sofrer um processo de impeachment no Senado.
Parte do público presente ao desfile entoou gritos de “fora, Temer” na chegada do presidente à tribuna de honra de onde ele assistiu ao evento. A arquibancada de onde partiu o protesto estava posicionada próxima a do presidente, do lado oposto da pista da Esplanada dos Ministérios por onde passou o desfile. Uma parte do público na arquibancada aplaudiu o momento da chegada do presidente.
A reportagem também ouviu gritos de “golpista” vindos do público. Em seguida, uma parte menos ruidosa do público puxou o coro de “a nossa bandeira jamais será vermelha”, aparentemente numa crítica ao PT e em apoio ao governo do PMDB.
Seguranças que trabalhavam no desfile de 7 de Setembro em Brasília confiscaram uma bandeira de um grupo de estudantes e os informaram que eles seriam retirados das arquibancadas caso insistissem em algum tipo de manifestação crítica ao governo.
Já perto do final do desfile, parte do público nas arquibancadas voltou a entoar gritos de “fora, Temer” e “golpistas, machistas, não governarão”. O ato ocorreu no momento da passagem da Esquadrilha da Fumaça, último grupo a participar do desfile em Brasília.
Temer e sua mulher, Marcela, deixaram o local por volta das 11h.
O presidente não-eleito Michel Temer foi o único líder que não teve o nome citado na lista de presença do encontro do G20, que reúne as 20 maiores economias do mundo todos os anos. Em vez de apresentar o nome de Michel Temer, a lista elencou “líder brasileiro”, mesmo três dias após o impeachment de Dilma Rousseff.
Neste ano, o evento aconteceu em Hangzhou, capital da província de Zhejiang, na China. Iniciada no domingo (4), a reunião terminou ontem, segunda-feira (5).
O Brasil de Fato entrou em contato por email à procura de explicações sobre a omissão do nome de Temer, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
Na decisão em que liberou o grupo de manifestantes presos pela Polícia Militar neste domingo 5 antes de começar o protesto contra Michel Temer e em defesa de eleições presidenciais já, o juiz Rodrigo Tellini, do Foro Central Criminal da Barra Funda, considerou as prisões ilegais e lamentou o atual momento político.
“Vivemos dias tristes para nossa democracia. Triste do país que seus cidadãos precisam aguentar tudo de boca fechada. Triste é viver em um país que a gente não pode se manifestar”, declarou, no despacho. O grupo ficou mais de 24 horas detido sob a acusação de “associação criminosa e corrupção de menores”.
A Defensoria Pública e o Ministério Público solicitaram a apuração de violência policial. Duas pessoas relatam que policiais forjaram a apreensão de objetos, o que também deverá ser investigado. Foram liberados hoje 19 adultos do total de 27 manifestantes detidos antes do protesto. Outros oito menores de idade detidos irão responder por ato infracional. Eles serão ouvidos pela Justiça no Fórum do Brás.
Pode ser chocante, mas o ferimento de uma estudante que chegou a perder a visão de um olho durante protesto contra Michel Temer foi comemorado por uma internauta.
“Jovem que estava na manifestação perdeu a vista esquerda e foi curada do comunismo, agora só enxerga com a direita! Se foi a PM, agradeço pela conversão e pelo trabalho prestado”, publicou Tatiana Pignatari, no Facebook.
A jovem ferida foi Deborah Fabri, aluna da Universidade Federal do ABC e integrante do movimento Levante Popular da Juventude. Ela foi ferida por um estilhaço de bomba no olho, segundo informações do Jornalistas Livres.
“Oi pessoal estou saindo do hospital agora. Sofri uma lesão e perdi a visão do olho esquerdo, mas estou bem”, informou Deborah pelas redes sociais na manhã desta quinta-feira, um dia após o protesto.
Para o blogueiro de Veja Reinaldo Azevedo, a esquerda explora a cegueira da jovem Deborah Fabri, estudante da Universidade Federal do ABC, que foi ferida com um estilhaço de bomba durante um protesto contra o governo Michel Temer na Avenida Paulista e perdeu a visão de um olho.
“Vejam no que as esquerdas transformaram as universidades brasileiras, com dinheiro dos trabalhadores. Agora, os militantes petistas e de extrema esquerda da UFABC se preparam para transformar Débora num símbolo. Finalmente, eles já podem tingir com sangue as suas falácias”, escreve ele.
Segundo Reinaldo, “no momento, a principal responsável pela violência é Dilma Rousseff”.
O juiz Carlos Alberto Simões, da 17ª Vara da Justiça Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, resolveu protestar de maneira inusitada contra o golpe de Michel Temer (PMDB).
O magistrado emitiu alvará de soltura com a seguinte frase: “efetivamente, o custodiado está a ganhar seu pão, enquanto os bandidos deste país, que deveriam estar presos, estão soltos dando golpe na democracia”.
O indiciado foi preso no centro de BH por estar vendendo cigarros ilegais e o juiz declarou que “não há causa justa para a manutenção da prisão”.
Dilma Rousseff disse ontem (31), após sua deposição, que foi substituída por um “governo de corruptos” e “sem votos”.
A imprensa internacional também vai nessa direção apontando um golpe de Estado liderado por um “sindicato de ladrões”.
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, voltou a comentar o impeachment de Dilma Rousseff nesta quarta-feira (31) no Twitter, após definida a condenação da presidente no Senado. “Não acompanhei nada desse patético espetáculo que foi o ‘impeachment tabajara’ de Dilma Roussef. Não quis perder tempo”, afirmou.
“Mais patética ainda foi a primeira entrevista do novo presidente do Brasil, Michel Temer”, prosseguiu.
“O homem parece acreditar piamente que terá o respeito e a estima dos brasileiros pelo fato de agora ser presidente. Engana-se” disse o agora aposentado juiz.
Ele também fez comentários em inglês e francês. “É tão embaraçoso! De repente, forças políticas altamente conservadoras tomaram o Brasil. Tomaram tudo! Dominam o Congresso. Cercam o novo presidente (um politico que pode ser comparado aos velhos ‘caudilhos’ latino-americanos)”, prosseguiu. “Eles conduzem a mídia, incluindo as emissoras de TV. Mas sabem de uma coisa? Eles não têm votos. Esperem um par de anos!”, disse.
Em francês, Barbosa prosseguiu suas críticas: “Michel Temer pensa que um ‘toque de varinha jurídica’ lhe dará legitimidade. O pobre!”
Nesse trecho, o ex-presidente do STF usou a expressão “coup de baguette juridique”, que, ao mesmo tempo em que significa “toque de varinha jurídica”, inclui a palavra “coup”, que em francês, separadamente, também quer dizer golpe.