E a decisão da Justiça ainda obriga a Prefeitura a cancelar o alvará de funcionamento do Posto. Claro que ainda cabe recurso às instâncias de Brasília, mas, ao que parece, a administração Parini vai deixar uma herança incômoda para os futuros prefeitos.

Com o voto dos desembargadores Regina Capistrano, Renato Nalini e Franklin Nogueira, o Tribunal de Justiça de São Paulo reformou a sentença da Justiça de Jales e condenou o empresário Ricardo Tânios e a Prefeitura de Jales – co-responsável pelas irregularidades – a regularizar as obras do Posto Espacial, que, segundo a decisão, estão em desacordo com o Código de Posturas Municipal. A ação foi proposta por alguns vizinhos do Posto.
Segundo o nosso Código de Posturas, edificações que servirão de depósito para combustíveis e outros inflamáveis devem guardar uma distância mínima de 4 metros dos prédios vizinhos. E o Posto Espacial, com as bençãos da Prefeitura, foi construído “parede-meia” com imóveis residenciais (vide fotos abaixo). Segundo a sentença, “a responsabilidade da Municipalidade se evidencia de forma incontestável”.
Resumindo, o Tribunal deu trinta dias – após o trânsito em julgado da sentença – para que o Posto faça a demolição das obras irregulares, sob pena de, em caso contrário, pagar multa diária de R$ 2 mil. Se a decisão for cumprida, boa parte do Posto simplesmente terá que vir abaixo.
Como se sabe, o empresário Ricardo Tânios já não é mais o dono do Posto Espacial e, se tiver que cumprir a decisão, certamente que poderá acionar a Municipalidade, já que foi a Prefeitura quem autorizou a execução das obras irregulares. De qualquer maneira, acho que essa briga ainda vai longe.


O posto foi construído na divisa com imóveis residenciais, em desacordo com a lei.