Categoria: Música

“SEM CONDIÇÕES EMOCIONAIS”: ABALADO COM A MORTE DE GAL COSTA, CHICO BUARQUE CANCELA SHOWS EM SALVADOR

Do portal Notícias da TV:

A morte de Gal Costa abalou Chico Buarque. Antes da notícia sobre a artista, o cantor de 78 anos, que está em casa após ter testado positivo para Covid-19, já havia suspendido shows que faria em Salvador no fim de semana. Nesta quarta (9), a equipe de Chico informou que as apresentações não acontecerão, ainda que ele teste negativo.

“Ainda que se recuperasse a tempo de realizar os shows, o impacto da notícia da morte de Gal Costa, esta manhã, deixou o cantor e compositor sem condições emocionais de seguir com a agenda”, publicou o perfil oficial do compositor.

Segundo o post, novas informações sobre os shows serão anunciadas em breve. “Chico Buarque testou positivo para Covid e as apresentações que aconteceriam este fim de semana na Concha Acústica, em Salvador, estavam em suspenso, aguardando orientação médica”, informou o comunicado.

Chico homenageou Gal, postando em suas redes sociais, ontem, dois vídeos em que ela canta com a baiana. No primeiro, eles cantam “Biscate”. E o segundo é este que vai abaixo:

MORRE O ATOR, CANTOR E APRESENTADOR ROLANDO BOLDRIN, AOS 86 ANOS

Dia terrível para a música. Como ator, o personagem do Rolando que eu mais gostei foi o do maldoso Barão Leôncio, da novela “Os Deuses Estão Mortos”, exibida em 1971 pela TV Record. A notícia é do portal Metrópoles:

O cantor e ator Rolando Boldrin morreu na tarde desta quarta-feira (9/11), aos 86 anos, em São Paulo. A morte foi confirmada pela assessoria de imprensa do artista para a TV Cultura, que não divulgou o motivo do falecimento.

Boldrin estava no ar semanalmente no programa Sr. Brasil, da TV Cultura, que apresentou por 17 anos. Nascido em São Joaquim da Barra, interior de São Paulo, ele começou a trabalhar na extinta TV Tupi em 1958.

Aos 12 anos, iniciou na música com o seu irmão, formando a dupla Boy e Formiga, que era bem sucedida na rádio do município em que moravam.

Ele também esteve no cinema, com os filmes Doramundo (1978), O Tronco (1999) e O Filme da Minha Vida (2017). Em novelas, Boldrin apareceu em O Direito de Nascer, Roda de Fogo, Cara a Cara e Os Imigrantes.

Em maio deste ano, a TV Cultura homenageou o ator pelos seus 85 anos de vida com a exibição do documentário Eu, A Viola e Deus, dirigido por João Batista de Andrade.

A produção acompanha a história do artista na música e nas artes cênicas, desde sua infância. Nomes como Patricia Boldrin, Rosa Maria Boldrin e Adilson Boldrin, esposa, irmã e sobrinho do apresentador, respectivamente, aparecem na produção.]

“UMA DAS MAIORES CANTORAS DO MUNDO”, DIZ LULA SOBRE GAL COSTA

Deu no G1:

O presidente eleito Lula (PT) publicou em seu perfil no Twitter uma foto com Gal Costa, que morreu nesta quarta-feira (9). O petista prestou solidariedade aos amigos e familiares da cantora.

“Gal Costa foi das maiores cantoras do mundo, das nossas principais artistas a levar o nome e os sons do Brasil para todo o planeta. Seu talento, técnica e ousadia enriqueceu e renovou nossa cultura, embalou e marcou a vida de milhões de brasileiros”, escreveu.

Gal declarou voto em Lula disputa para a presidência. A cantora também comemorou a vitória do petista no segundo turno.

Em show antes do primeiro turno, a cantora fez um “L” com a mão, sinal de apoio ao então candidato Lula, e pediu paz.

Lula disse ainda que Gal cantava para “mostrar sua cara” e que o Brasil perdeu hoje “uma de suas grandes vozes”.

“O legado, a obra, a lembrança e as canções serão eternas como seu nome Gal”, disse o presidente eleito.

GAL COSTA MORRE AOS 77 ANOS

A notícia é do G1:

Gal Costa morreu aos 77 anos. A informação foi confirmada pela assessoria da cantora. Ela havia dado uma pausa em shows, após passar por uma cirurgia para retirar um nódulo na fossa nasal direita.

Maria da Graça Costa Penna Burgos nasceu em 26 de setembro de 1945 em Salvador e foi uma das maiores cantoras da história da música brasileira.

Foram 57 anos de carreira iniciada em 1965 quando a cantora apresentou músicas inéditas de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Ela ainda era Maria da Graça quando lançou “Eu vim da Bahia”, samba de Gil sobre a origem da cantora e do compositor.

Três anos depois, veio outro clássico: “Baby”, de Caetano Veloso. A canção foi feita para Maria Bethânia, mas Gal a lançou em disco e a projetou no álbum-manifesto da Tropicália. “Divino maravilhoso” (de Gil e Caetano) foi outra da fase tropicalista.

Ao longo dos anos 60 e 70, ela seguiu misturando estilos. Dedicou-se ao suingue de Jorge Bne Jor com “Que pena (Ela já não gosta mais de mim)” e foi pelo rock com Cinema Olympia, mais uma de Caetano. “Meu nome é Gal”, de Roberto e Erasmo Carlos, serviu como carta de apresentação unindo Jovem Guarda e Tropicália.

Ela estava em turnê com o show “As várias pontas de uma estrela”, no qual revisitava grandes sucessos dos anos 80 do cancioneiro popular da MPB. “Açaí”, “Nada mais”, “Sorte” e “Lua de mel” são algumas das músicas do repertório.

Bem recebido pelo público e pela crítica, esse show fez com que a agenda de Gal ficasse agitada após a pandemia. A estreia aconteceu em São Paulo, em outubro do ano passado.

Além de rodar o Brasil, Gal entrou na programação de vários festivais e ainda tinha uma turnê na Europa prevista para novembro, mas que também foi cancelada por conta da cirurgia.

No vídeo, Gal Costa canta “Meu Nome é Gal”, música que o Roberto e o Erasmo Carlos fizeram para ela. O duelo entre a voz dela e a guitarra do Robertinho do Recife, ao final da canção, ficou marcado na história da MPB.

CAETANO VELOSO – “MALUCO BELEZA”

Em meio à divulgação de diversas pesquisas eleitorais e às expectativas relacionadas à disputa entre Lula e Bolsonaro, passou despercebido da maioria, no sábado passado, o falecimento, aos 70 anos, do compositor carioca Cláudio Roberto Andrade de Azeredo, vítima de complicações decorrentes de cirurgia para implantação de válvula no coração.

O roqueiro Cláudio Roberto foi um dos parceiros de Raul Seixas. Juntos, eles fizeram cerca de 50 músicas no período de 1975 a 1988, a mais famosa delas “Maluco Beleza”, que acabou se tornando uma espécie de identidade de Raul Seixas, embora muita gente diga que o verdadeiro maluco beleza seja Cláudio.

“Maluco Beleza” foi lançada há 45 anos no LP “O Dia Em Que a Terra Parou”. Todas as músicas desse disco são de autoria de Cláudio e Raul, incluindo a canção que deu título ao disco, que, por sinal, voltou a ser tocada nas rádios por conta da pandemia do coronavírus. 

Além das duas músicas citadas, eles foram autores, também, de canções como “No Fundo do Quintal da Escola“, “Rock das Aranha”, “Quando Acabar o Maluco Sou Eu” e “Cowboy Fora da Lei”. Curiosamente, a letra de “Maluco Beleza” foi escrita originalmente em inglês, mas por sugestão do maestro Miguel Cidras, ganhou a letra definitiva, em português, quando Raul Seixas já estava no estúdio, se preparando para a gravação. 

Raul e Cláudio se conheceram em 1963, quando o segundo tinha apenas 11 anos de idade. Em 1968, fizeram a primeira música juntos, mas a parceria só tomou corpo em 1977, depois que Paulo Coelho deixou de compor com Raul.

No vídeo abaixo, quem canta “Maluco Beleza” é Caetano Veloso.

 

ANA VILELA E RÁAE – “AMANHÔ

Quem assistiu ao programa eleitoral de TV do ex-presidente Lula veiculado na sexta-feira, 28, o último dessa eleição, deve ter notado que a peça terminou com um bonito texto, lido pelo ator Lázaro Ramos, e uma belíssima versão da música “Amanhã”, clássico do repertório do paulistano Guilherme Arantes.

Para Lulistas, como eu, foi emocionante ouvir “Amanhã”, uma canção que celebra o amor e a esperança, fechando o programa de Lula com sua mensagem de fé na vida (se você não viu, veja aqui). 

“Amanhã” foi lançada originalmente em 1977 como parte integrante do álbum Ronda Noturna, o segundo trabalho de estúdio de Guilherme Arantes. A canção chegou a fazer parte da trilha sonora da novela Dancin’ Days, da Rede Globo, e se transformou rapidamente no segundo grande sucesso de Guilherme. O primeiro foi “Meu Mundo e Nada Mais”, de 1975.

Diz a história que a canção “Amanhã” foi composta por Guilherme depois de um pequeno desacerto amoroso. Ele teria brigado com a namorada e, muito chateado, pegou seu fusquinha e foi para Santos, para esquecer a briga. A música foi escrita no caminho entre São Paulo e Santos. E a namorada acabou se tornando a senhora Luiza Arantes, primeira esposa de Guilherme.

Em 1986, “Amanhã” voltou a fazer sucesso, depois que Caetano Veloso a incluiu no disco “Totalmente Demais”, em versão ao vivo. Em 2021 foi a vez da cantora Glória Groove gravar “Amanhã” para a abertura do especial de fim de ano da Rede Globo, ” Fé na Vida”.

Antes, em 2020, as cantoras Ana Vilela e Ráae fizeram uma releitura de “Amanhã”, dando-lhe uma nova roupagem. “Foi uma honra enorme gravar essa canção, que é linda, atemporal, que se encaixa a perfeição nos tempos difíceis que estamos vivendo. Não é só uma música, é mais que isso, é uma mensagem de esperança”, diz Ana Vilela.

No vídeo abaixo, a versão de Ana Vilela e Ráae:

FERNANDA TAKAI – “LOVE ME TENDER”

Oficialmente, “Love me Tender” (Me ame suave ou Ama-me com ternura) foi composta em 1956 para a trilha sonora de um filme que se chamaria, em princípio, The Reno Brothers, um western sobre a Guerra Civil Americana.

A melodia de “Love me Tender”, com outra letra, já existia, no entanto, há quase 100 anos. Originalmente, a música foi batizada de “Aura Lee” e embalou os soldados que participaram da Guerra da Secessão (1861-1865).

Em agosto de 1956, Elvis fechou um contrato para estrelar o seu primeiro longa-metragem, o já citado The Reno Brothers e uma das cláusulas do contrato o obrigava a gravar a canção-tema do filme, ainda não escolhida. O diretor musical do filme, Ken Darby, submeteu, então, cinco melodias a Elvis que, de imediato, escolheu “Aura Lee”.

Era preciso, no entanto, uma nova letra. Darby trocou ideias com sua mulher, Vera Matson, que também era compositora, e, em menos de 24 horas ela escreveu a nova letra para “Aura Lee”, e deu a ela o nome de “Love me Tender”. Elvis gostou da letra, mas fez algumas pequenas modificações, de modo que seu nome aparece também como autor.

A música – a primeira balada cantada por Elvis, até então um cantor de rock – foi apresentada pela primeira vez no programa Ed Sullivan Show, e fez tanto sucesso que, no dia seguinte, mesmo antes de ter sido gravado, o futuro compacto, já recebeu mais de um milhão de encomendas.

“Love me Tender” fez tanto sucesso, antes mesmo de chegar às lojas, que o diretor do filme – que se chamaria The Reno Brothers, lembram-se? – decidiu dar ao longa metragem o mesmo nome da música. Depois de Elvis, artistas como Tony Bennett, Kenny Rogers, Paul Anka, Ray Conniff, Linda Ronstadt, The Platters e até Frank Sinatra já a regravaram.

Aqui no Brasil, uma das últimas versões de “Love me Tender” é da Fernanda Takai (Pato Fu), no espetáculo Música de Brinquedo. Reparem no vídeo abaixo, que a letra da música, traduzida, não é lá grande coisa.

MARTINHO DA VILA E MART’NÁLIA – “FEITIÇO DA VILA”

Martinho da Vila e Mart’nália lançaram na quinta-feira, 13, um single com a música “Feitiço da Vila”, de Noel Rosa e Vadico, gravada especialmente para a trilha sonora da nova novela global das 21 horas, “Travessia”.

É a primeira vez que pai e filha cantam essa música juntos, mas não é a primeira vez que eles gravam – separadamente – “Feitiço da Vila”. Martinho, um morador ilustre da Vila Isabel, já a gravou para a trilha sonora de outra novela, a telelágrimas “América”, de 2005, que tinha a Deborah Secco como protagonista, no papel de uma imigrante que entrou nos Estados Unidos ilegalmente.

Já a gravação de Mart’nália é “ao vivo”, originada de um show da cantora, realizado em 2014. 

“Feitiço da Vila” foi composta em 1934 e lançada em dezembro daquele ano por um cantor chamado João Petra de Barros. A canção é uma declaração de amor ao bairro – Vila Isabel – onde Noel Rosa nasceu, viveu e morreu, mas é também uma provocação ao compositor Wilson Batista, com quem Noel se meteu em uma polêmica musical.

Tudo começou quando Wilson Batista compôs uma música chamada “Lenço no Pescoço”, uma crítica à boêmia carioca. Noel, um boêmio inveterado, não gostou e, em resposta, fez “Rapaz Folgado”. Na sequência, ainda a fim de atazanar Noel, Wilson compôs “Mocinho da Vila”. Foi aí que Noel respondeu com “Feitiço da Vila”.

Wilson Batista não se deu por achado e compôs “Conversa Fiada”, onde diz que “é conversa fiada dizerem que o samba na Vila tem feitiço; eu fui ver para crer e não vi nada disso…”. Noel respondeu com “Palpite Infeliz”, perguntando “quem é você que não sabe o que diz? Meu Deus do céu, que palpite infeliz…”.

Wilson Batista resolveu apelar e compôs “Frankstein da Vila”, numa alusão a um pequeno defeito físico que Noel tinha no queixo. “Boa impressão nunca se tem, quando se encontra um certo alguém que até parece um Frankenstein”, dizia o início da letra, que, mais à frente afirmava que, referindo-se a Noel, “entre os feios és o primeiro da fila; todos reconhecem lá na Vila…”.

Noel talvez tenha achado que a coisa estava ficando muito séria e resolveu não responder. Wilson Batista fez, então, outra provocação com “Terra de Cego”. Noel não gostou da letra, mas gostou da melodia e propôs a Wilson uma parceria em que ele faria uma nova letra para a música.

Assim nasceu “Deixa de Ser Convencida”, inspirada na bailarina Ceci, que tivera um breve namoro com Wilson e foi o grande amor da vida de Noel. Foi também para Ceci que ele, já em seu leito de morte, compôs “Último Desejo”.

Vamos, então, ao vídeo em que Martinho e Mart’nália cantam “Feitiço da Vila”:

MOACYR LUZ E SAMBA DO TRABALHADOR – “SONHO ESTRANHO”

Sonhei que desperteiE me dei conta que acordei noutro paísOnde as pessoas tinham balas de fuzisE o povo andava sem razão pra ser felizEra um país fora da lei, sem diretrizEmbarcação sem direção, tentando em vãoColher a paz plantando a guerra

Agora eu já não seiSe foi quimera ou foi real o que sonheiSe ainda estou noutro lugar ou se volteiÀ velha pátria mãe gentil onde eu nasciOu se ela, enfim, se transformou no que tá aíAndo com medo de acordar nesse BrasilDo sonho estranho que eu vivi

Esses versos do samba “Sonho Estranho”, escritos pelo compositor Chico Alves e musicados pelo violonista Moacyr Luz, retratam a nossa realidade atual com tamanha perfeição que parecem ter sido feitos no mês passado. Só que não.

Eles foram escritos no início de 2019, quando esse desastroso desgoverno Bolsonaro ainda estava só começando a plantar a discórdia entre os brasileiros, espalhando o ódio e a mentira. Das duas uma: ou o Chico Alves conhecia muito bem o Bolsonaro e sabia o que estava por vir, ou ele apenas exercitou seus dons premonitórios.

Seu parceiro Moacyr Luz – embora não muito conhecido nesta terra dominada pelo sertanejo – é um dos nossos grandes compositores. Ele tem músicas com grandes letristas como Martinho da Vila, Nei Lopes, Wilson Moreira, Hermínio Bello de Carvalho e Paulo César Pinheiro, entre outros.

Seu parceiro mais constante talvez tenha sido o Aldir Blanc, uma das quase 700 mil vítimas da covid. Com ele, Moacyr compôs uma música que o prezado leitor ou a estimada leitora com certeza conhece: “Coração do Agreste”, interpretada pela Fafá de Belém, tema da escultural Tieta (Betty Faria) na novela “Tieta do Agreste”, baseada na obra do Jorge Amado.   

Sem falar na Fafá, suas canções já foram interpretadas por outros grandes artistas, como Elba Ramalho, Leila Pinheiro, Nana Caymmi, Beth Carvalho, Maria Bethânia, Gilberto Gil, Emílio Santiago, Teresa Cristina, Roberta Sá, Ivan Lins, etc. Moacyr é também escritor e, como bom carioca, escreveu um livro com título sugestivo: “Manual de Sobrevivência nos Butequins Mais Vagabundos”.

No vídeo, Moacyr e Chico Alves cantam “Sonho Estranho” com o grupo Samba do Trabalhador. Formado em 2005, o Samba do Trabalhador ganhou já em seu primeiro ano, o prêmio de “Melhor Grupo de Samba” na 27ª edição do Prêmio da Música Brasileira.

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