Categoria: Música

PAULO DINIZ, COMPOSITOR DE “PINGOS DE AMOR”, MORRE AOS 82 ANOS

O cantor e compositor Paulo Diniz morreu nesta quarta-feira, 22 de junho, aos 82 anos, em sua casa no Recife (PE). Segundo o perfil oficial do artista, a morte foi de causas naturais. O nome verdadeiro dele era Paulo Lira de Oliveira.

Embora tenha cantado músicas como “Quero Voltar pra Bahia” ou que diziam coisas como “eu vim de Piri Piri” (cidade do Piauí), Paulo Diniz nasceu mesmo foi em Pesqueira, cidade do agreste pernambucano, atualmente com cerca de 68 mil habitantes.

A carreira começou lá mesmo em Pesqueira, como crooner e baterista de uma banda que tocava em bares e cabarés. Depois de tentar a carreira artística em Recife e Fortaleza, Diniz desembarcou em 1964 no Rio de Janeiro, onde, antes de iniciar a carreira de cantor, trabalhou como locutor na Rádio Tupi.

Por essa época, ele teve como colega de profissão uma pessoa muito conhecida aqui em Jales: o saudoso locutor Sebastião Marcos Felipe, o Marcos Alberto, que trabalhou na Rádio Assunção. Marcão dizia que, quando Paulo Diniz avisou aos colegas de trabalho que iria gravar um disco, alguns deles duvidaram, pois a voz não ajudava muito.

Contrariando os colegas, ele chegou a ser um dos maiores vendedores de discos no começo dos anos 1970. Seu maior sucesso, “Pingos de Amor”, atravessa gerações e já foi regravado por artistas como Paula Toller e Emílio Santiago. O mesmo Emílio regravou também “Um Chope pra Distrair”.

Em 2004, Daniela Mercury fez sua releitura de “Quero Voltar pra Bahia”, música inspirada nas cartas que Caetano Veloso escrevia para o Pasquim, do seu exílio em Londres. Recentemente, Zeca Baleiro e Fagner regravaram “O Meu Amor Chorou”, outro sucesso de Diniz.

Nos anos 1980, o cantor chegou a interromper a carreira artística por conta de uma esquistossomose contraída em um banho de rio no interior de Minas Gerais. Ele se recuperou, mas por volta de 2008 a doença voltou e o deixou em uma cadeira de rodas, com os membros inferiores paralisados.

No vídeo abaixo, Paulo Diniz canta “José”, um de seus maiores sucessos, gravado em 1974. “José” nada mais é que o poema “E agora, José?”, de Carlos Drumond de Andrade, musicado por Diniz, uma das canções preferidas do advogado jalesense Sidney Aldrigue.

CHICO BUARQUE E MARIA BETHÂNIA – “OLHOS NOS OLHOS”

Neste sábado, 18, Maria Bethânia, a nossa “Abelha Rainha”, está completando 76 anos. E amanhã, domingo, 19, será a vez de Chico Buarque fazer aniversário. Ele completará 78 anos de idade.

Chico e Bethânia são amigos desde antes de 1972, quando, juntos com Nara Leão, estrelaram o filme “Quando o Carnaval Chegar”. E há quem diga que Bethânia gosta mais de cantar as músicas do Chico do que as de seu irmão, Caetano Veloso. Ela própria admite que é verdade: “as músicas do Chico tem aquele lado feminino bem mais à mostra, com o qual me identifico”.

E uma dessas músicas compostas por Chico com o “eu lírico feminino” é a clássica “Olhos nos Olhos”, de 1976. Mário Prata, o escritor sogro do Pedro Bial, diz que essa música foi inspirada por ele.

“Um dia, depois de mais uma briga com a Marta, eu chorei na rede que o Chico tinha na casa dele. No dia seguinte, ele já tinha parte da música pronta. O Chico cantarolou pra mim e quando chegava no trecho que dizia ‘muitos homens me amaram bem mais e melhor que você’, ele dava muita risada da minha cara”.

Chico conta que mandou “Olhos nos Olhos” para Maria Bethânia e, três ou quatro semanas depois, quando já começava a desconfiar que ela não tinha gostado da música, eis que lhe chega uma fita com a música já gravada por Bethânia.

De seu lado, Bethânia considera que, de todas as músicas do Chico que ela gravou, “Olhos nos Olhos” é a mais significativa. Deixemos, porém, os aniversariantes falar sobre essa música, no vídeo abaixo:

 

GILSON DE SOUZA, COMPOSITOR DE “POXA”, FALECE NO DIA DO ANIVERSÁRIO

Adolfo Cirino de Souza, que ficou conhecido no mundo da música como Gílson de Souza, faleceu no domingo passado, 12 de junho, mesmo dia em que ele nasceu no longínquo 1944, em Marília(SP). Morreu, portanto, no dia em que completava 78 anos de idade.

Cantor e compositor, ele poderia ter passado a vida inteira cantando na noite de São Paulo, como tantos outros, sem se tornar conhecido. Quis o destino, no entanto, que numa noite de 1973, Jair Rodrigues apareceu no bar em que Gilson cantava e se encantou com um samba que ele cantou.

Tratava-se de “Orgulho de um Sambista”, de autoria do próprio Gílson. Jair gravou o samba ainda naquele ano de 1973, com enorme sucesso, projetando o nome de Gílson como compositor.

Em 1975, foi a vez do próprio Gílson gravar um samba de sua autoria: “Poxa”, que ele gravou acompanhado pelo grupo Originais do Samba, lançado em um compacto simples. Nos anos 80 e 90 ele chegou a gravar outros sambas, mas nenhum com o sucesso de “Poxa”, música que foi regravada por Teresa Cristina, no disco Três Meninas do Brasil.

Elymar Santos foi outro que regravou o samba de Gílson, assim como Zeca Pagodinho, cuja versão integrou a trilha sonora da novela “Insensato Coração”, com a lindíssima Paolla Oliveira no papel principal. No vídeo abaixo, quem canta “Poxa” é o Zeca Pagodinho.

ZÉLIA DUNCAN CANTA PARA LULA – “JUÍZO FINAL”

Na terça-feira, 31/05, foi lançado o livro “Querido Lula: cartas a um presidente na prisão”, da Editora Boitempo. O livro reúne 46 das mais de 25.000 cartas que o ex-presidente Lula recebeu durante os 580 dias de cárcere em Curitiba.

Durante esses 580 dias, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu presentes como livros, revistas, poemas, cordéis, fotografias, desenhos, roupas e até cobertores para espantar o frio da capital paranaense. E também não faltou conforto pelas palavras, através das 25 mil cartas que foram endereçadas a ele naquele período.

Essas cartas não tem nenhum equivalente na história. Existem, sim, cartas a outros grandes líderes presos, mas enviadas apenas por familiares ou companheiros de luta, como no caso de Nelson Mandela. Nenhum preso político, como foi Lula, suscitou um movimento parecido.

As 46 missivas escolhidas para compor o livro, procuram representar a imensa diversidade contida nas cartas, contemplando autores de diferentes origens sociais e regiões do país, com histórias de vida, tons e abordagens variadas.

No evento de terça-feira, algumas cartas foram lidas pelos próprios autores. Outras foram lidas por convidados, como a escritora, ativista e defensora dos direitos humanos, Preta Ferreira, as atrizes Denise Fraga, Debora Duboc, Cléo Pires e Camila Pitanga, e as cantoras Cida Moreira, Tulipa Ruiz e Zélia Duncan.

Coube a Zélia Duncan ler a carta de uma professora de Língua Portuguesa, que escreveu a Lula para falar das mudanças – para melhor – que o seu governo proporcionou ao Ensino Público. O detalhe é que Zélia emendou à carta da professora, a interpretação de “Juízo Final”, um clássico da nossa MPB.

Composta por Nelson Cavaquinho e Élcio Soares, “Juízo Final”, que fala da eterna luta entre o bem e o mal, foi lançada por Nelson em 1973, em um disco que tinha outras obras primas, “Folhas Secas” entre elas. Ao contrário do que possa sugerir o nome da música, ela não trata do apocalipse. Fala de esperança e de um amanhã de plena paz. 

Dois anos depois da gravação original, em 1975, Clara Nunes, nossa eterna sabiazinha, regravou “Juízo Final” no disco Claridade, o de maior sucesso de sua carreira. Em 1999, foi a vez de Alcione gravar “Juízo Final”, versão que integrou a trilha sonora da novela A Regra do Jogo, exibida em 2015/16. Foi regravada também por Beth Carvalho, Dona Ivone Lara (2003), Seo Jorge (2010) e Fabiana Cozza (2013.

No vídeo, a carta de professora e canção de Nelson Cavaquinho, com Zélia Duncan:

“CORAL ACORDES VOCAIS” SE APRESENTA NO HOSPITAL DE AMOR DE JALES NESTA QUINTA-FEIRA

A Capela São Judas Tadeu, localizada no complexo do Hospital de Amor Jales, receberá, a partir das 19h desta quinta-feira (2), a apresentação do “Coral Acordes Vocais”, que será aberta a toda a comunidade.

O Coral Acordes Vocais, um projeto do Instituto Sociocultural do Hospital de Amor, é composto por colaboradores da instituição, incluindo Ambulatórios Médicos Hospitalares e Santa Casa de Misericórdia de Barretos, alunos da Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos – Dr. Paulo Prata (FACISB) e população de Barretos (SP).

O grupo é focado na apresentação em hospitais, com a missão de contribuir com a missão de humanização da entidade. Traduzindo sentimentos e atitudes, a música envolve a todos na promoção do bem-estar, gerenciando o estresse e oferecendo conforto e alegria aos pacientes e acompanhantes.

Conforme explica a maestrina Angélica Amêndola de Oliveira, responsável pela regência do coral desde 2015, “o projeto tem a finalidade de levar, através da música, uma mensagem de paz e conforto, não só aos pacientes como a todos os familiares e pessoas dentro do ambiente hospitalar”.

Fundado em 2015, o projeto foi idealizado pelo diretor médico do Hospital Infantojuvenil do HA e integrante do grupo musical, Dr. Luiz Fernando Lopes. Desde 2017 o Coral integra o rol de projetos do Instituto Sociocultural, que fomenta a cultura não apenas no âmbito hospitalar, mas na comunidade onde o HA está inserido.

CAMILA MARIETA – “ALGUÉM ME DISSE”

A moçoila do lado é a Camila Marieta, cearense de Fortaleza, 24 anos. Cantora, compositora e multi-instrumentista, ela já era bastante conhecida no Ceará quando, em 2021, ganhou destaque nacional ao participar do The Voice Brasil. Camila impressionou logo em sua primeira apresentação, ao cantar “Espumas ao Vento”, música que ficou conhecida na voz de outro cearense, Raimundo Fagner.

No vídeo abaixo, ela canta “Alguém me Disse”, música de outro cearense famoso, o compositor Evaldo Gouveia, que nasceu em Orós e morreu em Fortaleza, em 29 de maio de 2020, vítima daquela gripezinha, a Covid-19.

Lançada em 1960 pelo baiano Anísio Silva, “Alguém me Disse” – composta por Evaldo e o parceiro Jair Amorim – já foi regravada por diversos intérpretes, Nelson Gonçalves, Gal Costa, Emílio Santiago, Ana Carolina, Maysa, Altemar Dutra e Cauby Peixoto entre eles.

O detalhe curioso é que Anísio Silva, um modesto balconista de farmácia, já tinha tentado a carreira artística sem, no entanto, conseguir sucesso. Ele só abandonou o balcão da farmácia aos 37 anos, depois de gravar “Alguém me Disse” e frequentar as paradas por alguns anos.

De outro lado, Evaldo Gouveia e Jair Amorim, que já tinham feito muitos sambas-canção, passaram a compor quase que exclusivamente boleros, influenciados pelo sucesso de “Alguém me Disse“. Entre os boleros mais famosos da dupla de compositores estão “Sentimental Demais”, gravado em 1965 pelo mineiro Altemar Dutra, “Que Queres Tu de Mim” e “Brigas”.

Não obstante a especialização em boleros, a última composição de sucesso de Evaldo e Jair foi, curiosamente, um tango – “Tango pra Tereza” – gravado em 1975, por Ângela Maria, a “Sapoti”, que ganhou esse apelido do presidente Getúlio Vargas. Diferentemente do atual presidente, um imbecil, Getúlio valorizava a classe artística e achava que a voz de Ângela era tão doce quanto a fruta produzida pelo sapotizeiro.

Deixemos, porém, a Ângela Maria descansar em paz e ouçamos a Camila Marieta:

MILTON NASCIMENTO – “NOS BAILES DA VIDA”

Neste ano de 2022, pelo menos cinco estrelas da música estão completando 80 anos de idade: Paul McCartney (18 de junho), Gilberto Gil (26 de junho), Caetano Veloso (07 de agosto), Milton Nascimento (26 de outubro) e Paulinho da Viola (12 de novembro).

Deles todos eles, pelo menos um – Milton Nascimento – já anunciou que fará nos próximos meses a sua turnê de despedida, chamada “A última sessão de música”, com 17 shows até o dia 13 de novembro, duas semanas depois dele se tornar um octogenário. O anúncio foi feito através das redes sociais do Bituca.

Segundo a revista Veja, a turnê ainda nem começou mas já é sucesso. Os ingressos para os dois shows programados para o Rio de Janeiro, os dois previstos para São Paulo, e a apresentação marcada para o estádio Mineirão, em Belo Horizonte, começaram a ser vendidos na quarta-feira, 19, e esgotaram em cerca de seis horas. 

Com pouco mais de 20 anos, Milton já tocava na noite de Belo Horizonte e nos bailes da vida, mas foi aos 25 anos que se tornou nacionalmente conhecido, após classificar sua música “Travessia” no segundo lugar do II Festival Internacional da Canção Popular, da TV Globo, em 1967, quando faturou, também, o prêmio de melhor intérprete.

O dado curioso é que Milton, que não pensava em ser compositor, fez uma melodia e decidiu entregá-la ao amigo Fernando Brant, para que ele colocasse a letra. Brant, que nunca tinha feito letra para uma música, recusou, em princípio, a tarefa, mas Milton insistiu e até sugeriu o nome da música – “Vendedor de Sonhos” – cujo tema seria a história de um caixeiro viajante que vendia sonhos.

Brant, no entanto, descartou a sugestão de Milton e escreveu uma letra inspirada em um rompimento amoroso. E deu a ela o nome de “Travessia”, uma palavra que ele tinha visto no livro “Grandes Sertões: Veredas”, de Guimarães Rosa. 

Mas o vídeo que estou postando hoje é de uma música composta em 1981, ou 14 anos depois de “Travessia”. Trata-se de “Nos Bailes da Vida”, outra parceria de Milton e Fernando Brant, inspirada nos tempos em que Milton era crooner e contrabaixista de bandas que tocavam em bailes.

“Nos Bailes da Vida” foi entregue a Ney Matogrosso, que não a gravou. Joanna, que estava preparando um novo álbum, se interessou pela música e foi a primeira a gravá-la. Em seguida, ela foi gravada pelo grupo 14 Bis e só depois dessas duas versões é que Milton Nascimento, acompanhado pelo Roupa Nova, deu a “Nos Bailes da Vida” a sua versão emocionada e definitiva, que viria a se tornar uma espécie de hino dos músicos.

Eis o vídeo:

ZÉ GERALDO – “CIDADÃO”

Neste sábado, a partir das 19 horas, teremos a fase final da 5ª MOCAP, no Teatro Municipal. Será a oportunidade para conhecermos o que os compositores de Jales e região andam fazendo em termos autorais.

A MOCAP, que ressurge depois de 41 anos, já teve dias de glória, com a participação de grandes músicos e compositores. Um deles foi o poeta baiano Lúcio Barbosa (ao lado), compositor da música “Cidadão”, uma homenagem a um tio dele, que era pedreiro.

“Cidadão” foi incluída em um livro chamado “Canções que Falam por Nós”, cujo título (do livro) já diz tudo sobre a canção. Ela foi composta antes de Lúcio Barbosa vir a Jales e lançada em 1979 por Zé Geraldo, em seu primeiro álbum, alcançando sucesso imediato.

Essa música foi tão importante na carreira de Zé Geraldo, que a biografia dele, lançada recentemente, se chama “Cidadão Zé Geraldo…”. Talvez por isso mesmo muita gente supõe que “Cidadão” tenha sido composta por Zé Geraldo. Outros acham que foi composta pelo Zé Ramalho, que a regravou em 1992.

No vídeo, Zé Geraldo interpreta “Cidadão”:

MOCAP DIVULGA MÚSICAS CLASSIFICADAS PARA A FINAL DESSE SÁBADO

A coordenação da 5ª Mostra da Canção Popular de Jales (MOCAP) divulgou a relação das 10 canções – e de seus respectivos autores – selecionadas para a fase final do festival, que está sendo realizado pela empresa Wyllz Milaré, com a ajuda da lei Aldir Blanc e em parceria com a Prefeitura de Jales.

Segundo a nota enviada à imprensa, a missão da equipe responsável pela seleção não foi das mais fáceis, tendo em vista a alta qualidade das 22 músicas inscritas. De acordo com as regras, foram selecionadas 08 canções de autores locais e 02 de autores regionais.

A 5ª MOCAP será realizada nesse sábado, dia 14 de maio de 2022, a partir das 19 horas, no Teatro Municipal de Jales. A entrada será TOTALMENTE GRATUITA e a retirada dos convites será na bilheteria do teatro, a partir das 18h do sábado.

Eis as músicas selecionadas e seus respectivos autores:A última pedra – Heitor Soler (Regional)Bússola do Amor – Matheus Teodoro de Lima (Jales)Calma – João Saad (Jales)Gaiola dourada – Tadashy (Jales)Momentos – Danilo Rollemberg (Jales)Mostra-me tua Gloria – Renan Pazim (Jales)Não há outro Lugar – Sabrina Kesia (Jales)Nossa Bandeira – Ricardo Signorelli (Jales)Passarinhar – Gui Silveiras (Regional)Voltando de Longe – Emerson Botton (Jales)

ZÉ RAMALHO IMPEDE QUE ARTISTA LOCAL ABRA SEU SHOW: “NÃO VOU SERVIR DE ESCADA A NINGUÉM”

Está faltando humildade ao “ex-garoto de aluguel”. A notícia está pendurada no portal da Forum:

No último dia 30 de abril, um sábado, ocorreu em Santos, litoral de São Paulo, o show de Zé Ramalho e Zeca Baleiro. De acordo com reportagem da TV Tribuna, retransmissora da Globo na Baixada Santista e Vale do Ribeira, a abertura do espetáculo seria por conta do cantor Gê Fernandes, artista bastante conhecido da noite santista.

No dia da apresentação, durante a tarde, Gê foi informado pelo produtor local que não poderia se apresentar. De acordo com ele, Zé Ramalho disse que não serviria de escada para ninguém, além de afirmar que ficou incomodado com o tempo dado ao artista pelo canal local.

“O show já estava acordado há dois meses com três bandas, a minha, do Zé Ramalho e do Zeca baleiro”, afirmou Gê. “Ensaiamos muito, nos aprontamos e no sábado, dia da apresentação, fizemos um último ensaio à tarde e, na hora de ir pro clube, liguei pro Zé Ricardo, o produtor local, e perguntei se poderia ir pro clube passar o som”.

Foi então que, de acordo com o cantor, ele foi avisado que não poderia mais tocar. “Ele me disse que tinha um problema com a produção e com o Zé Ramalho. Eles não querem uma banda abrindo, pois não querem servir de escada pra ninguém”, disse.

“Além disso, reclamaram também pelo fato de eu ter aparecido muito na TV. E realmente foi, pois eu sou da cidade. Eu estranhei e pensei: ‘pô, quem sou eu diante de Zé Ramalho? Eu sou um fã do Zé Ramalho, canto suas músicas, sou admirador de sua obra”, lamentou.

Gê lembrou ainda que “na mesma matéria, da TV Tribuna, o Zeca Baleiro mandou gravação falando do show e da minha banda, na boa. O problema foi com o Zé Ramalho”, ressaltou.

“Fiquei muito chateado, nem fui no show, o pessoal da banda foi, mas eu não fui. Eles me disseram que o Zeca Baleiro não podia fazer nada. Ele quis colocar a gente pra tocar depois dele, como forma de reparação, mas eu não estava lá. Ele não conseguiu interceder em nada, mas tratou muito bem o pessoal da banda e ficou surpreso com o que ocorreu”, disse ainda o Gê.

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