Categoria: Música

EDUARDO DUSSEK – “EU VELEJAVA EM VOCÊ”

Eduardo Dussek é um talento precoce que começou sua carreira como pianista de peças de teatro por volta de 1970, quando tinha apenas 15 anos. Em 1978, com 24 anos, já tinha algumas composições gravadas por artistas conhecidos, como era o caso de Ney Matogrosso, intérprete de “Seu Tipo”, uma parceria de Dussek com Luiz Carlos Góes.

A primeira grande aparição televisiva de Dussek foi em 1980, no festival MPB Shell, da Rede Globo. Vestindo apenas uma cueca, ele cantou “Nostradamuns”, um canção bem ao seu estilo, que alia a sátira ao bom humor. A música não obteve classificação para a final, mas Dussek ficou conhecido nacionalmente.

O sucesso chegou em 1982, com o lançamento do álbum Cantando no Banheiro, que trazia, entre outras canções, as satíricas “Barrados no Baile” e “Rock da Cachorra”. Em 1986, foi a vez do LP Dusek na Sua alcançar grande repercussão, puxado pelas românticas “Aventura” e “Eu Velejava em Você”

Reparem na capa disco que, naquela época, Dusek tinha apenas um “s”. O segundo “s” foi acrescentado ao seu sobrenome em 2000, por sugestão da numerologia. No vídeo abaixo, Dussek canta “Eu Velejava em Você”, uma linda canção que já foi gravada também por Zizi Possi e Maria Bethânia.

FRANCISCO, EL HOMBRE – “RODA VIVA”

A banda Francisco, el Hombre surgiu em Campinas, fundada por dois irmãos mexicanos – Sebastián e Mateo Piracés-Ugarte – naturalizados brasileiros. A banda já foi um quinteto, mas, atualmente, é um quarteto integrado também por dois brasileiros de nomes esquisitos: Juliana Strassacapa (voz e percussão) e Andrei Martinez Kozyreff (guitarra).

O nome do grupo foi inspirado em uma figura de mesmo nome do folclore colombiano, conhecida por tocar acordeão pelas ruas das cidades. Em 2017, a banda foi indicada ao prêmio Grammy Latino na categoria “melhor canção em língua portuguesa”, pela canção “Triste, Louca ou Má”.

Recentemente, já em tempos de pandemia, a banda gravou uma versão do clássico “Roda Viva”, do Chico Buarque, para a trilha sonora do documentário “A Fantástica Fábrica de Golpes”. A nova releitura de “Roda Viva” traz uma citação incidental a outra canção emblemática da obra de Chico, “Apesar de Você”.

Ambas as canções são sinônimos de resistência à ditadura militar e a banda decidiu criar um elo entre as duas. Sobre “Apesar de Você”, seu papel desafiador frente à ditadura e sua atualidade, nem é preciso dizer muita coisa.

Anterior a “Apesar de Você” (1970), “Roda Viva” foi a terceira colocada do III Festival da TV Record, em 1967. A canção ganhou status de hino da resistência não exatamente por sua letra, mas por ter sido tema de uma peça homônima, escrita por Chico e montada por José Celso Martinez Correa.

Apresentada em 1968, o ano que não acabou, a peça gerou intensa reação de grupos de direita ligados ao regime militar. Em julho daquele ano, o Comando de Caça aos Comunistas (CCC) invadiu o Teatro Ruth Escobar, em São Paulo, espancou os artistas – Marília Pera entre eles – e depredou o cenário.

Dois meses depois, em setembro, a peça estava sendo encenada em Porto Alegre quando o Teatro Galpão também foi invadido pelo CCC e os atores foram novamente agredidos. Depois das agressões, eles foram enfiados em um ônibus e despachados para São Paulo, com a recomendação de não retornarem.

Segundo Mateo Piracés-Ugarte, um dos integrantes do grupo Francisco, el Hombre, a época em que “Roda Viva” foi criada, em meio à ditadura militar, “traz muitas semelhanças com o período que vivemos atualmente, com crises políticas, desrespeito aos direitos humanos, manipulação midiática…Tudo isso parece se repetir na história, que é cíclica como a canção”.

Vamos ao vídeo. Antes da música, Chico Buarque fala um pouco sobre o momento que estamos vivendo:

ROBERTA SÁ – “COVARDIA”

Quem ouve essa belíssima interpretação da Roberta Sá, extraída do espetáculo “Delírio no Circo”, de 2016, pode imaginar que “Covardia” é um fado composto por algum grande fadista português. Só que não.

“Covardia”, em verdade, é um samba triste composto pelo sambista mineiro Ataulfo Alves, em parceira com o carioca – e comunista – Mário Lago, lançado em 1938. A ideia de transformar o samba de Ataulfo e Lago em um fado foi, tudo indica, da própria Roberta Sá.

Na gravação original, feita em Lisboa para o álbum “Delírio”, de 2015, Roberta canta com o português Antonio Zambujo, o que empresta, ainda mais, ares de fado ao samba. Na versão abaixo, Roberta canta sozinha. É música para quem tem ouvidos:

 

NETO & FELIPE GRAVAM DVD COM PARTICIPAÇÃO DE GUILHERME & SANTIAGO

Da assessoria de imprensa da dupla:

Uma data para ficar na história de Neto & Felipe. No último sábado, dia 19, a dupla registrou em vídeo suas novas músicas, com lançamento previsto para o segundo semestre.

O cenário escolhido foi uma exuberante paineira com vista para a cidade de Jales ao fundo, alguns pequenos grupos de amigos ao ar livre e respeitando o distanciamento social trouxeram o clima intimista para o momento.

A participação de Guilherme & Santiago na música “Saudade é Mato” contribuiu com ainda mais brilho para o projeto que também tem as outras inéditas “Zerei a vida” e “A falta que faz”, além dos pot pourris de sucessos “Jogado na rua/Dona do meu destino/Frio da madrugada” e “Se eu chorar/ Logo eu/Sinto falta de você”.

Com direção artística de Luiz Henrique Paloni, produção musical de Gabriel Paschoal, direção de vídeo de Fernando Trevisan (Catatau) e estrutura da Lê Som, vem aí um trabalho diferenciado de uma dupla que tem sua própria identidade musical: Neto & Felipe.

GAL COSTA E MILTON NASCIMENTO – “CANÇÃO DO SAL”

“Canção do Sal” foi a primeira música gravada de Milton Nascimento. E foi gravada por ninguém menos que Elis Regina, em 1967, após conhecer algumas músicas do então desconhecido Milton. Elis foi uma descobridora de grandes compositores, como Belchior, Ivan Lins, Renato Teixeira, João Bosco e, é claro, Milton.

Belchior, por exemplo, passava por dificuldades, tendo que vender o violão para pagar algumas contas, quando Elis gravou “Como Nossos Pais” e “Velha Roupa Colorida”, e, a partir daí, ele ficou conhecido e sua carreira deslanchou.

Ivan Lins é um dos compositores brasileiros mais conhecidos no mundo. Ele foi revelado para o Brasil depois que Elis gravou “Madalena”. E João Bosco, muito antes de se tornar nacionalmente conhecido, teve algumas de suas composições gravadas por Elis. A primeira foi “Bala com Bala”.

Já o Renato Teixeira ganhou notoriedade após Elis gravar “Romaria”. Ele mesmo disse, em certa ocasião, que “Elis Regina me deu popularidade, viabilizou minha carreira e me projetou nacionalmente. O que ela me deu, nada nessa vida vai me dar”.

No vídeo abaixo, Gal Costa conta que já planejou ter um filho com Milton Nascimento. E Milton conta como foi o seu primeiro encontro com Elis, quando mostrou a ela algumas músicas. Juntos, Gal e Milton cantam a “Canção do Sal”.

Essa música é muito lembrada no Dia do Trabalho. Ela fala do sacrifício de um pai que trabalha duro em uma salina para sustentar sua família e encaminhar os filhos para a escola, a fim de que eles estudem e tenham outras opções de trabalho.

A música faz referência, também, ao fato de que, antigamente, o trabalho era pago em sal. Salário deriva do latim salarium, que significa “pagamento de sal” ou “pelo sal”. O termo vem do antigo Império Romano, pelo fato de que o sal valia muito, pois era uma das poucas maneiras para preservar a carne.

Vamos ao vídeo:

JOANNA – “RECADO” (“MEU NAMORADO”)

É provável que boa parte dos poucos e estimados leitores deste modesto blog não tenha ouvido falar da palavra “limerência”. Afinal, trata-se de uma palavra relativamente nova. Ela apareceu pela primeira vez em 1979, no livro “Love and Limerence: The Experience of Being in Love”. Em português, “Amor e Limerência: A Experiência de Estar Apaixonado”.

Segundo os dicionários, limerência é um estado cognitivo e emocional involuntário que resulta de um desejo romântico por outra pessoa, combinado por uma intensa, avassaladora e obsessiva necessidade de se ter o sentimento correspondido. É a chamada doença do amor.

Eu, por exemplo, tenho um amigo que, durante uns três ou quatro anos, “namorou” uma moça – a Terezinha – sem que ela soubesse. Acho, porém, que o caso do meu amigo se amolda mais a um amor platônico, pois ele tinha consciência de que a Terezinha estava fora do seu alcance e se contentava em passar todos os dias na frente da casa da amada, na Rua Oito.

Na série mexicana que estou assistindo – “Señora Acero” – temos, acho, um caso de limerência. O rico e poderoso traficante Teca Martinez mantém, desde a adolescência, uma paixão obsessiva pela Sara Aguilar, a senhora Acero, a ponto de mandar matar os dois primeiros maridos dela. Considerando que a série tem cinco temporadas e eu estou na segunda, é possível que a Sara ainda vá ficar viúva outras vezes,  

Na música, um exemplo bem menos trágico de limerência estaria, segundo os entendidos, na canção “Recado”, ou “Meu Namorado”, composta pelo Renato Teixeira e lançada pela Joanna em 1984. Na letra, uma moça pensa que namora um rapaz que, possivelmente, nem se dá conta de que ela existe. O fato de a moça ter que recorrer a anúncios em jornais para mandar recados ao “namorado”, dá a entender que ela procurava obsessivamente ser correspondida.

Assim como “Nos Bailes da Vida”, que foi composta por Milton Nascimento e Fernando Brant especialmente para Joanna, “Recado” também foi composta para ela, sob encomenda. Renato Teixeira, o autor, conta que voltava pra casa com o rádio do carro ligado, quando começou a tocar “Eu Te Amo”, do Chico Buarque, com a Joanna.

Chegando em casa, por uma incrível coincidência, ele recebeu um telefonema da própria Joanna, pedindo-lhe que fizesse uma música para seu próximo disco. Assim nasceu “Recado”, que foi o maior sucesso do disco de 1984 e se tornou um divisor de águas na carreira de Joanna.

Joanna, por sinal, não se chama Joanna. Batizada com o nome de Maria de Fátima Gomes Nogueira, foi ela quem escolheu o nome artístico. Seu produtor deu-lhe três opções: Joana, Mariana ou Juliana. Ela preferiu Joana, mas para diferenciar de outras joanas, acrescentou um “n”.

No vídeo, Joanna com dois “enes”, interpreta “Recado” (“Meu Namorado”):

ERASMO CARLOS, 80 ANOS – “SENTADO À BEIRA DO CAMINHO”

Erasmo Carlos foi criado na Tijuca, onde conheceu Roberto Carlos, Jorge Ben e Tim Maia, formando com eles o grupo The Sputniks. Foi Tim Maia quem ensinou a ele os primeiros acordes no violão.

O Tremendão participou, também, do grupo Renato e Seus Blue Caps, com quem chegou a gravar um disco. A primeira parceria com Roberto Carlos foi “Terror dos Namorados”, gravada em um compacto simples, de 1964, mas o primeiro sucesso foi “Festa de Arromba”, outra parceria com o Rei, também de 1964.

Deu na Veja:

Nascido no Rio de Janeiro em 5 de junho de 1941, Erasmo Carlos chega aos 80 anos em ótima fase, curado definitivamente de um câncer no fígado e com altos planos para o futuro.

Você sabe quais são as músicas de maior sucesso do parceiro musical mais longevo de Roberto Carlos? O Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) liberou a lista das canções mais reproduzidas do cantor e compositor.

Das 20 músicas de autoria de Erasmo mais tocadas nos últimos cinco anos no Brasil, 19 foram escritas em parceria com o Rei. Na liderança, É Preciso Saber Viver – cuja gravação dos Titãs entrou para a história, seguida por Eu Te Amo Te Amo Te Amo e Caminhoneiro.

“O Gigante Gentil é um dos artistas mais adorados da MPB. Construiu uma carreira ímpar, generosa e transcendente”, diz Marcelo Castello Branco, presidente da União Brasileira de Compositores (UBC).

Um dos ícones do rock brasileiro, Erasmo tem 682 canções e 643 gravações cadastradas no banco do Ecad. Na lista das suas músicas mais gravadas por outros intérpretes, Emoções ficou em primeiro lugar. Os clássicos Jesus Cristo e Detalhes aparecem em seguida. Essas três músicas também foram feitas em parceria com Roberto.

Confira o ranking das músicas de Erasmo Carlos mais tocadas nos últimos cinco anos:

1 – É preciso saber viver (Erasmo Carlos e Roberto Carlos)

2 –  Eu te amo te amo te amo (Erasmo Carlos e Roberto Carlos)

3 – Caminhoneiro (Erasmo e Roberto Carlos para versão de Harford John)

4– Detalhes (Erasmo Carlos e Roberto Carlos)

5 – Gatinha manhosa (Erasmo Carlos e Roberto Carlos)

6 – Além do horizonte (Erasmo Carlos e Roberto Carlos)

7 – Nossa Senhora (Erasmo Carlos e Roberto Carlos)

8 – Jesus Cristo (Erasmo Carlos e Roberto Carlos)

9 – Se você pensa (Erasmo Carlos e Roberto Carlos)

10 – Sentado à beira do caminho

No vídeo, Erasmo canta – para alegria do meu amigo Sidnei Aldrigue – “Sentado à Beira do Caminho”, de 1969, a única entre as dez mais tocadas que ele fez sozinho, sem o parceiro Roberto:

NETO & FELIPE LANÇAM “DUAS RECAÍDAS” EM VERSÃO ACÚSTICA

Eu conheço esses rapazes desde quando eles eram crianças de colo. Os pais do Neto (João Carlos Ferreira e Elaine Prudente de Moraes) e do Felipe (Maurício Teté e Cláudia Guandalini) são meus amigos de há muito tempo, de modo que torço muito pelo sucesso dos meninos.

A notícia foi enviada pela assessora de imprensa da dupla, a simpática e competente jornalista Giana Rodrigues:

Muito à vontade para produzir em seu estúdio em Jales, a dupla Neto & Felipe apresenta um EP de 5 canções intitulado “Acústico no Grão”, com um pot pourri inédito e também versões acústicas de seus mais recentes lançamentos.

Nesta sexta, dia 04, para dar a largada nas novidades a dupla traz uma versão de “Duas Recaídas”, atual música de trabalho, que ganhou novo arranjo e a energia do “ao vivo”.

Trazendo a vivência diante das redes sociais como temática e um violão muito presente, a “levada” de “Duas recaídas” promete conquistar os públicos mais exigentes.

Com Neto e Felipe nos violões e vocais, Douglas Pereira na bateria e João Antônio Teixeira no acordeon, vem aí o primeiro single do “Acústico no Grão”, captado pelas lentes da RedPix Filmes.

Ouça a nova versão de “Duas Recaídas” no vídeo abaixo:

QUANDO UM SENADOR BOÇAL TENTA ENQUADRAR UMA MULHER INTELIGENTE

O senador gaúcho Luiz Carlos Heinze(PP), que tem se esmerado em divulgar fake news durante a CPI da Covid, tentou enquadrar a médica infectologista Luana Araújo, no depoimento que ela prestou ontem, 02, no Senado, e acabou tomando algumas invertidas.

Se não fosse um boçal, o senador bolsonarista e cloroquinista poderia ter conferido primeiro o currículo da médica, antes de tentar enquadrá-la com argumentos e perguntas imbecis.

A infectologista tem currículo considerado de “alta classe” e aprendeu a ler e a escrever sozinha, aos 2 anos de idade. Entrou na primeira série do ensino fundamental aos 5. E, como contou na CPI, se formou no ensino médio aos 15 anos.

Crítica do tratamento precoce contra a COVID-19 e do uso de medicamentos como a cloroquina, Luana Araújo se formou médica especialista em doenças infecciosas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), possui um mestrado em Saúde Pública pela universidade Johns  Hopkins Bloomberg, nos Estados Unidos, e é a primeira brasileira a receber a prestigiosa Bolsa Sommer.

Mas o talento dela não se resume apenas à medicina. Luana se divide entre a saúde e a arte. Cantora e pianista de formação clássica, ela foi estudar música na Áustria aos 15 anos, já com o ensino médio concluído. A médica já chegou a gravar um CD – “The Lioness”, a Leoa – com o nome artístico de Luana Mariano.

Eis uma performance de Luana como cantora:

OSWALDO MONTENEGRO – “A PALO SECO”

A Música Popular Brasileira é recheada de lendas urbanas. Uma delas diz que “Mulheres”, do Toninho Geraes, que o Martinho da Vila canta, foi composta para um traveco. A estória chegou a ser contada em um vídeo da youtuber Jout Jout, postado no Youtube (aqui).

Outra lenda, amplamente divulgada por gente que não prima por checar os fatos, garante que o saudoso Antonio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes, ou simplesmente Belchior, teria composto “A Palo Seco” como resposta a Raul Seixas que, em “Eu Também Vou Reclamar”, menciona um certo “rapaz latino-americano que não tem cheiro nem sabor”.

A música de Raul é, realmente, uma sátira às músicas de protesto tão em voga naquela época. No entanto, “Eu Também Vou Reclamar” foi lançada em dezembro de 1976, quando o segundo disco de Belchior – “Alucinação”, que tinha “Como Nossos Pais”, “Velha Roupa Colorida”, “Apenas Um Rapaz Latino-Americano” e “A Palo Seco” – já estava tocando nas rádios. Ou seja, “A Palo Seco” não pode ser uma resposta a uma música que só apareceria meses depois.

A palo seco é uma expressão idiomática de origem espanhola. Significa falar as coisas sem rodeios, dizer verdades na lata, sem meias palavras. A música de Belchior foi calcada em um poema do pernambucano João Cabral de Melo Neto, chamado “A Palo Seco”. Nada a ver, portanto, com Raul Seixas e suas reclamações.

No vídeo abaixo, “A Palo Seco” é interpretada por Oswaldo Montenegro:

 

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