Categoria: Música

COMPOSITOR MANGUEIRENSE NELSON SARGENTO MORRE DE COVID AOS 96 ANOS

“Samba, agoniza mas não morre, alguém sempre te socorre, antes do suspiro derradeiro.” Infelizmente, Nelson não era tão imorredouro quanto o samba e, embora socorrido, deu seu suspiro derradeiro nesta quinta-feira.

A notícia é do G1:

Morreu nesta quinta-feira (27) o sambista Nelson Sargento, aos 96 anos, presidente de honra da Estação Primeira de Mangueira e autor de sucessos como “‘Agoniza, mas não morre”. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), ele morreu às 10h45, no Rio de Janeiro.

Sargento foi diagnosticado com Covid na última sexta-feira (21), quando foi internado no Inca. Além da idade avançada, Nelson também sofreu com um câncer de próstata anos atrás.

Uma de suas últimas aparições em público foi em 12 de fevereiro, no Museu do Samba, em um manifesto em defesa do carnaval — cancelado este ano por causa da pandemia.

“Todos nós estamos um pouquinho tristes por não ter desfile, mas foi melhor assim. Temos que estar todos vacinados para fazermos um grande carnaval em 2022”, disse o compositor na ocasião.

No dia 26 de fevereiro, o compositor da Mangueira recebeu a segunda dose da vacina contra a Covid-19 em casa. A primeira dose, em um ato simbólico no dia 31 de janeiro, marcou o início da imunização de idosos.

Casos assim, no entanto, devem ser tratados com um “evento raro” e não significa que as vacinas não funcionam, principalmente se forem tomadas as duas doses do imunizante no intervalo correto.

“As pessoas têm muita dificuldade de entender qual é a função de uma vacina”, diz Natalia Pasternak, bióloga e divulgadora científica brasileira, fundadora e primeira presidente do Instituto Questão de Ciência. “Elas acham que a vacina é mágica. Ou seja, tomou a vacina, está protegido; não tomou, vai ficar doente. Não é assim que vacinas funcionam.”

Além de “Agoniza, Mas Não Morre”, o vascaíno (talvez uma influência do padrasto, Alfredo Português) Nelson Sargento foi autor de vários outros sambas conhecidíssimos, entre eles o samba-enredo da Mangueira, de 1955, “Cântico à Natureza” considerado um dos mais bonitos da história da Escola.

No vídeo, Nelson (nome verdadeiro: Nelson Mattos) canta com Teresa Cristina o citado samba “Agoniza, Mas Não Morre”

TOQUINHO E YAMANDU COSTA – “TUA IMAGEM”

Francisco Soares de Araújo foi um dos nossos maiores violonista. Nascido em 1926, em uma família de músicos (o avô tocava clarinete e o pai era violonista) Chico Soares, por dois bons motivos, ganhou o apelido de Canhoto da Paraíba. Ele era canhoto e nasceu na Paraíba, embora tenha vivido boa parte da vida – meio século – em Pernambuco.

Canhoto, ele teve que aprender a tocar o violão invertido, mas sem inverter as cordas, como mostra a foto ao lado, uma vez que tinha de compartilhar o instrumento com os irmãos, que eram todos destros. Além disso, exatamente por ser canhoto, teve que aprender a tocar sozinho, desenvolvendo uma técnica especial.

Compositor de choros, valsas, xotes e outros ritmos, ele deixou obras belíssimas, mas gravou poucos discos. Um deles, produzido por Paulinho da Viola, recebeu o sugestivo nome de “O Violão Brasileiro Tocado pelo Avesso”, uma menção ao seu jeito diferente de tocar o instrumento.

Diz uma lenda urbana que ao ver Canhoto tocar pela primeira vez, o pianista e maestro Radamés Gnattali ficou tão impressionado que teria soltado um palavrão e jogado seu copo de cerveja para o teto. Jacob do Bandolim, o dono da casa, nunca deixou que a mancha no teto fosse apagada, para que o momento não fosse esquecido.

Canhoto da Paraíba foi obrigado a encerrar sua carreira em 1998, aos 72 anos, após sofrer um AVC que deixou seu braço esquerdo paralisado. Faleceu dez anos depois, em 2008, aos 82 anos. Antes, em 2004, recebeu uma homenagem do presidente Lula, em Brasília. Antes ainda, em 1984, recebeu o título de “Cidadão Pernambucano”

No vídeo abaixo, dois virtuoses do violão – Toquinho e Yamandu Costa – tocam “Tua Imagem”, uma das grandes composições de Canhoto da Paraíba. “Tua Imagem” faz parte de um CD lançado na sexta-feira, 21, com as músicas de um show que reuniu, no ano passado, os dois violonistas.

CHICO BUARQUE E MILTON NASCIMENTO – “O QUE SERÁ?” (“À FLOR DA PELE”)

Em 1976, convidado para compor uma música para a trilha sonora do filme “Dona Flor e seus dois maridos”, do cineasta Bruno Barreto, Chico Buarque, inspiradíssimo, escreveu uma letra que, de tão comprida, teve que ser dividida em três músicas.

Foi assim que nasceu “O Que Será?”, que, dividida, recebeu três subtítulos. A primeira parte – “O Que Será?” (“Abertura”) – foi gravada por Simone para o filme. Afinal, nada melhor que o sotaque baiano de Simone para interpretar a música de um filme inspirado em uma obra de Jorge Amado.

A segunda parte – “O Que Será?” (“À Flor da Terra”) – foi gravada por Chico e Milton Nascimento no disco “Meus Caros Amigos”, do primeiro. A participação de Milton se deu por mero acaso. Segundo conta o livro “A Canção no Tempo”, Chico estava na gravadora ensaiando a canção com Francis Hime, quando Milton, de passagem pelo estúdio, ouviu e gostou, surgindo daí o convite para que ele cantasse em dueto com Chico.

Na terceira parte – “O Que Será?” (“À Flor da Pele”) – Chico retribuiu a gentileza de Milton, cantando com ele em ritmo mais lento, a versão gravada para o disco “Geraes”, também de 1976   

“O Que Será?” chegou a ser censurada pela ditadura militar sob a justificativa de que a letra de Chico Buarque fazia uma alusão a Cuba. Chico não entendeu até hoje o motivo da censura, já que nem ele mesmo sabe explicar o que quis dizer na letra de “O Que Será?”. Ele diz, no entanto, que a alegação da censura não teria nenhum sentido, uma vez que a letra da música é uma pergunta.

De qualquer forma, embora nem o próprio Chico saiba o que quis dizer em “O Que Será?”, um desses professores entendidos em interpretação de textos escreveu que “se for para retratar Cuba, a letra se enquadra bem, pois mostra bem a realidade cubana; se for para criticar a ditadura, a letra também é bastante apropriada; e se for apenas um homem apaixonado que não sabe explicar o que é o amor, então a letra é perfeita”. Vá entender!

No vídeo abaixo, Chico e Milton cantam “O Que Será?” (“À Flor da Pele”). Se o prezado leitor ou a estimada leitora estiver a fim, poderá ver (AQUI) o José Wilker (Vadinho) pelado e ouvir Chico e Milton cantando “À Flor da Terra”, ou seja, a segunda parte da letra. 

VICE-GOVERNADOR RODRIGO GARCIA SE FILIA AO PSDB DE JOÃO DORIA

O ex-prefeito Flá Prandi, aliado político de Rodrigo, disse a este blogueiro que irá continuar no DEM. Já o líder do DEM na Câmara dos deputados, Efraim Filho, disse que o partido irá convidar Geraldo Alckmin para se filiar ao partido e disputar o cargo de governador.

A notícia é do Diário da Região:

O vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, se filiou nesta sexta-feira, 14, ao PSDB e passa a integrar as fileiras da legenda do atual governador, João Doria. O PSDB comanda o estado há 25 anos. A cerimônia de filiação começou ao meio-dia, no luxuoso hotel Grand Hyatt São Paulo, na zona sul da capital.

“Rodrigo representa um importante processo de renovação no PSDB com o que há de melhor na gestão pública brasileira. Ele está vindo a convite do governador Doria, do prefeito Bruno Covas, dos deputados, prefeitos e militantes”, afirmou o presidente estadual do partido, Marco Vinholi.

O partido também espera o desembarque de prefeitos do interior que estejam filiados ao DEM junto de com Rodrigo Garcia. Nas eleições de 2020, a legenda elegeu 68 prefeitos, somente atrás do próprio PSDB, que ganhou em 172 municípios.

A ida de Garcia ao PSDB frustra os planos de outro aspirante na disputa para governador: Geraldo Alckmin, que já ocupou o posto por quatro mandatos. Alckmin teria o apoio de algumas lideranças do partido e também apresentaria resistência em disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados.

Além disso, a mexida no tabuleiro eleitoral evidenciaria que João Doria pretende disputar a eleição presidencial em 2022, como candidato do centro.

MARTINHO DA VILA – “TOM MAIOR”

Em 1966, inspirado na gravidez de sua primeira mulher, Anália Mendonça, o cantor, compositor e escritor Martinho da Vila compôs o samba “Tom Maior”, que seria gravado três anos depois, em 1969, no seu primeiro LP.

Na música, Martinho fala da expectativa de um filho que estava por vir e da sua esperança de que o herdeiro – na verdade, uma herdeira, mas ele ainda não sabia – viveria em um Brasil melhor, onde seria um homem de bem, que amaria a liberdade e só cantaria em tom maior.

Mas, por que em tom maior? É simples: em geral, as músicas compostas em escala maior, ou seja, em tom maior, são consideradas mais felizes. De outro lado, as canções em tom menor são, normalmente, tristes, embora haja exceções.

Dois exemplos clássicos são a alegre “Marcha Nupcial”, de Mendelssohn, composta em dó maior para animar casamentos, e a tristíssima “Marcha Fúnebre”, de Chopin, escrita em si bemol menor.

Na música popular, a melancólica “Contrato de Separação”, que arrancou lágrimas de Nana Caymmi, e a sofrida “Atrás da Porta”, que fez Elis Regina chorar, foram compostas em tons menores – sol menor e mi menor, respectivamente.

Em “Qualquer Canção”, uma linda e tristonha música do Chico Buarque, que a Leila Pinheiro canta divinamente, o compositor, não por acaso, diz que “é melhor sofrer em dó menor / do que você sofrer calado”.

Assim, quando Martinho da Vila diz, esperançoso, que seu filho só vai cantar em tom maior, ele estava desejando que o herdeiro fosse feliz e vivesse em um país melhor do que o Brasil de 1966. Infelizmente, o país não melhorou muito e, governado por um psicopata, vive um momento cuja trilha sonora é toda em tom menor.

No vídeo, Martinho da Vilela dedica “Tom Maior” a todas as mamães:

FAGNER E ZÉ RAMALHO – “CANTEIROS”

Em 2017, eu escrevi sobre a música “Canteiros” e, como não havia, à época, nenhuma interpretação do Fagner disponível no Youtube, postei um vídeo com dois conhecidos cantores de Goiás – Pádua e Tom Crhis – que fizeram uma belíssima releitura dessa música.

Creio, porém, que vale um repeteco, uma vez que agora temos no Youtube uma versão de “Canteiros”, ao vivo, com o Fagner e o Zé Ramalho, em show de 2014. Curiosamente, o show dos dois nordestinos rendeu um CD, mas essa música não foi incluída, talvez pelas dores de cabeça que ela já deu ao Fagner.

As dores de cabeça foram causadas por um processo que durou mais de 25 anos. Ocorre que as filhas da poetisa Cecília Meireles, falecida em 1964, não gostaram do fato de Fagner ter utilizado trechos de um poema da mãe – “Marcha” – sem dar o devido crédito. 

Gravada em há quase cinquenta anos, no álbum de estreia de Fagner – “Manera Frufru, Manera”, de 1973 – “Canteiros” acabou, por conta do processo das filhas de Cecília, causando a retirada do disco das lojas. Além disso, as rádios ficaram impedidas de tocar “Canteiros”, enquanto Fagner ficou proibido de cantá-la em seus shows. 

Ao contrário, porém, do que muita gente imagina, a letra de “Canteiros” não é inteiramente baseada nos versos de Cecília. Na verdade, apenas os versos iniciais é que foram inspirados em um trecho do poema.

De qualquer forma, foi um plágio. Tanto é que, em 1977, Fagner registrou a poetisa como coautora da letra de “Canteiros“. Em 1979, interrogado por um juiz, durante uma audiência, Fagner afirmou que “sem tirar a beleza dos versos, procurou fazer uma adaptação à música”, reconhecendo o uso indevido do poema de Cecília.

Mesmo tendo reconhecido o erro e registrado a poetisa como coautora, a ação judicial teve continuidade e, em 1983, Fagner e a gravadora Polygram foram condenados a pagar uma indenização às filhas de Cecília, por violação de direitos autorais.

A Polygram, entretanto, continuou resistindo e apelou ao STF. O litígio se arrastou até 1999, quando a gravadora Sony Music, sucessora da Polygram, fez um acordo com as herdeiras de Cecília Meireles, que incluía uma autorização para regravação da música no álbum ao vivo de Fagner, que viria a ser lançado no ano seguinte.

Como se vê, o início da carreira de Fagner foi um tanto turbulento, mas, transcorrido quase meio século, “Canteiros” se tornou, realmente, um clássico da MPB e continua sendo uma das músicas mais pedidas em barzinhos e nos shows do cantor/compositor cearense.

Antes de ir ao vídeo, compare o trecho da poesia de Cecília com os versos iniciais da música do Fagner:

“Marcha”

Quando penso no teu rosto,

Fecho os olhos de saudade.

Tenho visto muita coisa,

Menos a felicidade.

Soltam-se meus dedos tristes

Dos sonhos claros que invento

Nem aquilo que imagino

Já me dá contentamento

“Canteiros”

Quando penso em você,

Fecho os olhos de saudade.

Tenho tido muita coisa,

Menos a felicidade.

Correm os meus dedos longos

Em versos tristes que invento

Nem aquilo a que me entrego

Já me dá contentamento

PAULINHO DA VIOLA E MARISA MONTE – “CARINHOSO”

Como se viu no post anterior, “Carinhoso” é a música brasileira mais regravada, com 411 versões. Entre as sertanejas, a mais gravada é “O Menino da Porteira”, de Luizinho e Teddy Vieira, com 191 gravações. A música, gravada originalmente em 1955, pela dupla Luisinho e Limeira, ainda rendeu dois filmes, um de 1976 e outro de 2009.

Entre as músicas sertanejas mais modernas, uma das mais gravadas é a composição do Zezé di Camargo “É o Amor”, com 53 versões, incluindo uma releitura de Maria Bethânia, tema de novela, e outra de uma dupla mexicana. Para tristeza de uma amiga deste blogueiro, não há nenhuma música do Gustavo Lima entre as mais gravadas.

O assunto do post, porém, continua sendo “Carinhoso”. A melodia foi composta por Pixinguinha em 1917, mas permaneceu praticamente inédita até 1928, quando foi gravada pela primeira vez pelo próprio autor. Regravada em 1929 e 1934, ainda sem letra, a música não agradou muito, sendo ignorada pelas rádios e o público.

Em 1936, no entanto, tudo mudou. Sucedeu que a atriz e cantora Heloísa Helena, convidada pela então primeira-dama Darcy Vargas para um espetáculo promovido por ela, resolveu que – para marcar sua presença – deveria apresentar alguma música nova para a mulher de Getúlio Vargas.

Heloísa procurou o compositor Braguinha (João de Barro), mas ele não tinha nenhuma música nova para ceder a ela. A cantora sugeriu, então, que Braguinha fizesse uma letra para “Carinhoso”. No dia seguinte, o compositor, depois de procurar Pixinguinha para aprender a melodia, entregou os versos a Heloísa.

Foi assim, às pressas e sem grandes pretensões (a única pretensão era agradar a primeira-dama) que surgiu essa canção que, como explicam Paulinho da Viola e Marisa Monte no vídeo abaixo, todo mundo conhece e canta junto nos shows.

E eu só não sei é como o Paulinho consegue dar uma entrevista com um grilo irritante fazendo barulho ao fundo. Mas, apesar do grilo, vale a pena conferir o vídeo:

“CARINHOSO” É A MÚSICA BRASILEIRA MAIS REGRAVADA NO PAÍS, DIZ ECAD

A notícia é do Poder360:

A música “Carinhoso” é a canção brasileira mais regravada no país, segundo um levantamento do Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição). A letra de Pixinguinha e Braguinha tem 411 gravações registradas.

A primeira versão da faixa foi gravada em 1928 e contou só com a parte instrumental. A música ganhou letra em 1937 pelos vocais de Orlando Silva e, segue nos dias de hoje, embalada pelo trecho: “Meu coração, não sei porquê/ Bate feliz quando te vê/ E os meus olhos ficam sorrindo/ E pelas ruas vão te seguindo/ Mas mesmo assim foges de mim”. 

“Carinhoso” ainda tem versões interpretadas por Elis Regina, Céu, Elza Soares, Marisa Monte e Paulinho da Viola.

A música “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso, é a 2ª colocada no ranking com 409 interpretações. Na lista das 5 primeiras colocadas aparecem também “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes (402 gravações), “Asa branca”, de Humberto Teixeira e Gonzagão (316 gravações), e “Manhã de carnaval”, de Luiz Bonfá e Antônio Maria (290 gravações).

RELAÇÃO DE ROBERTO CARLOS COM O PODER PASSOU POR GEISEL, FIGUEIREDO, PINOCHET E SÉRGIO MORO

A notícia é do Poder360:

Nos anos 1960, quando se tornou um dos maiores cantores do país, Roberto Carlos também foi ficando mais próximo do poder. Na época, o Brasil vivia uma ditadura militar, regime que viria a condecorá-lo duas vezes.

Ao longo dos 80 anos que completa nesta 2ª feira (19.abr.2021), o rei teve vários outros momentos de aproximação com figuras que vão dos generais brasileiros a Pinochet, passando por Bolsonaro a Sergio Moro.

O estilo de música que levou Roberto Carlos ao estrelato era alheio ao contexto político. Não combatia nem exaltava o regime. O período, no entanto, era de grande politização por parte dos principais artistas do país, censurados e perseguidos pela ditadura militar.

rei era do grupo que os militares gostavam. Cantou nas Olimpíadas do Exército em 1971 e 1972. Também se apresentou em eventos que homenageavam o golpe que instituiu a ditadura em 1964, movimento chamado de “Revolução” pelos simpatizantes.

Em 1973, recebeu a Medalha do Pacificador das mãos do general Humberto de Souza Mello. Trata-se de uma honraria concedida a quem contribui com o Exército.

Depois de 3 anos, uma nova homenagem, dessa vez entregue pelo próprio presidente. O general Ernesto Geisel concedeu a Roberto Carlos a Ordem do Rio Branco, em 1976.

Em 1976, mesmo ano da honraria entregue por Geisel, Roberto Carlos passou a ter um cargo no Conselho Nacional do Direito Autoral. Ficou no posto por 3 anos.

Em 1979, já no governo do general João Baptista Figueiredo, Roberto Carlos teria feito lobby e conseguido a concessão que precisava para criar a Rádio Terra, em Belo Horizonte. Manteve o empreendimento por 15 anos, e depois vendeu.

O cantor também demonstrou simpatia por outro presidente autoritário da América Latina. Em 1975, Augusto Pinochet assistiu à apresentação de Roberto Carlos no festival de Viña del Mar. Antes de começar o show, o artista fez um agradecimento ao ditador chileno.

Uma das canções mais conhecidas de Roberto Carlos, porém, é uma homenagem a um dos músicos perseguidos pela ditadura.

Caetano Veloso, desafeto do regime militar, estava exilado em Londres em 1971 quando recebeu uma visita do rei. Roberto Carlos compôs, em seguida, “Debaixo dos caracóis dos seus cabelos”.

A música fala sobre como seria a volta de Caetano ao Brasil, sem citar seu nome. Agentes do regime militar cortaram os cabelos encaracolados do músico baiano quando o prenderam, em 1968.

Os casos já citados neste texto foram nas primeiras 4 décadas de vida de Roberto Carlos. Ele nasceu em 1941 na cidade capixaba de Cachoeiro de Itapemirim, a 139 quilômetros de Vitória e hoje com cerca de 211 mil habitantes.

rei já tinha 78 anos em 2019, quando demonstrou apoio a uma figura que, à época, era poderosa. “É um privilégio receber nessa plateia um cara que eu admiro e respeito por tudo o que ele tem feito por nós, pelo nosso país. Estou falando de Sergio Moro”, disse em show que realizava em Curitiba.

Moro se tornou popular porque foi o juiz responsável pela operação Lava Jato. Na época da apresentação de Roberto Carlos, já era ministro da Justiça de Jair Bolsonaro. Meses depois, em abril de 2020, o ex-juiz deixaria o governo acusando o presidente da República de tentar interferir na polícia federal.

OS AMORES DO REI: ROBERTO CARLOS TEVE TRÊS CASAMENTOS E ALGUMAS PAIXÕES SECRETAS

Deu no jornal carioca Extra:

Roberto Carlos nunca negou ser aquele amante à moda antiga, do tipo que ainda manda flores. Completando 80 anos nesta segunda-feira, o cantor ainda deve abrigar no peito recordações de seus grandes amores. Casamentos foram três, embora nunca tenha oficializado sua união com Myriam Rios. Já as paixões foram muitas, algumas vividas às escondidas e nunca assumidas publicamente. Mesmo na história de um Rei, amor também pode rimar com dor, como para qualquer plebeu.

O luto por Maria Rita, que morreu de câncer em 1999, foi compartilhado por um país inteiro. Das lembranças que Roberto traz na vida, ela ainda parece ser a saudade que ele gosta de ter. Desde então, nenhuma outra namorada foi apresentada ao público, mas o romantismo nunca deixou de acompanhá-lo. Basta subir ao palco e cantar, com as mesmas emoções sentindo.

Amor na Jovem Guarda:

A modelo considerada a primeira top model brasileira foi também o primeiro amor de Roberto já famoso. Maria Stella Splendore confirmou em sua autobiografia, lançada em 2008, que viveu um romance com o cantor em 1966, quando era casada com o estilista Dener. O Rei, aliás, teria sido o pivô da separação dos dois. Na época, chegou-se a especular também que Maria Leopoldina, caçula da ex-modelo, poderia ser filha dele. Informação nunca confirmada. Hoje, aos 73 anos, Maria Stella vive numa comunidade Hare Krishna, no interior de São Paulo.

A musa de ‘Detalhes’:

A socialite e hoje baronesa Sylvia Amélia de Waldner foi uma das paixões do cantor no fim dos anos 60, segundo a biografia sobre Roberto Carlos, escrita pelo jornalista Paulo César de Araújo. Neta do sanitarista Carlos Chagas, ela viveu um rápido romance com o artista e, ainda de acordo com a publicação, foi a musa inspiradora da música “Detalhes”. Sylvia Amélia está radicada em Paris há mais de 40 anos, desde que se casou com o barão francês Gérard de Waldner.

Em ritmo de aventura:

O romance com Sonia Braga sempre foi uma das histórias míticas que cercam Roberto Carlos. Nunca foi assumido publicamente. Os dois teriam vivido um affair, no fim da década de 60, depois do teste que a atriz fez para o filme “Roberto Carlos em Ritmo de Aventura”. Sonia não ganhou o papel, mas teria conquistado o coração do Rei.

Primeiro casamento:

Com Cleonice Rossi, o cantor teve seu primeiro casamento, numa cerimônia realizada em 1968, em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. O casal teve três filhos: Roberto Carlos Segundo, Luciana e Ana Paula, já falecida, que, apesar de ser de um relacionamento anterior da mãe, foi registrada por Roberto. O relacionamento chegou ao fim em 1979, mas ele não ficaria muito tempo sozinho após o término.

A atriz:

“Vejam só vocês que foi que eu fiz, fui me apaixonar por uma atriz”. Os versos da música “A atriz”, lançada por ele em 1985, é uma tradução da história de amor de Myrian Rios e o cantor. Depois de alguns encontros em shows e nos bastidores da TV – na época, ela dava os primeiros passos na carreira -, os dois começaram a namorar em 1979 e ficaram juntos por 11 anos. Em entrevistas, Myrian nunca disse por que eles não tiveram filhos e por que nunca se casaram de fato. Mas em todas ela afirma: “Roberto foi o grande amor da minha vida”.

Reencontro:

Maria Rita foi uma antiga namorada que Roberto Carlos reencontrou 14 anos depois. A pedagoga já havia sido apresentada ao cantor no fim dos anos 70. Ela era amiga de Luciana, sua filha. No reencontro, em 1991, nasceu uma grande paixão, que durou até a morte dela, de câncer.

Primeira fila:

A presença constante de Luciana Vendramini na primeira fila nos shows do cantor chamava atenção, e não demorou para que surgissem boatos sobre um romance entre eles. Roberto e a atriz se aproximaram em 2005 por causa do transtorno obsessivo compulsivo, que ambos haviam tornado público na época. Yvone Vendramini, mãe de Luciana, confirmou a um veículo o namoro, os dois trocaram um selinho no primeiro cruzeiro feito por ele… Os rumores seguiram fortes, mas sempre foram negados.

A cruzada de pernas:

A química mostrada entre Roberto e Paula Fernandes no especial da Globo, no fim de 2010, teria extrapolado o palco montado na Praia de Copacabana. Mãos dadas, trocas de olhares e sorrisos não faltaram. Nem a famosa cruzada de pernas de Paula, que teria encantado ainda mais o Rei. “Talentosa, bonita, charmosa e maravilhosa”, disse Roberto sobre a cantora. “No momento, estou namorando o meu trabalho”, despistou Paula Fernandes na ocasião.

Amor marginal:

Já morando no Rio, mas antes de estourar, Roberto Carlos namorou Maria Gladys, musa do cinema marginal que depois faria sucesso em novelas na Globo. É a própria atriz quem conta: “Fomos namoradinhos na adolescência. Fui apaixonada por ele. Foi tão bom, éramos jovens, tínhamos 16, 17 anos…. Na época, ele estava começando e a gente fazia um programa na TV Tupi. Quando ele estourou mesmo, eu não era mais namorada dele”.

DNA:

O romance com a modelo e comerciante Maria Lucila Torres, ocorrido quando o Rei tinha 25 anos, só veio a público na década de 90, após Rafael Braga entrar na Justiça com um pedido de exame de DNA para provar ser filho do cantor. Logo após o reconhecimento, a mãe do primogênito do Rei morreu de câncer. Rafael, agora com 55 anos, segue sem ter muito contato com o pai.

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