Categoria: Política

CÂMARA REALIZA HOJE ÚLTIMA SESSÃO DO ANO. SETE VEREADORES SE DESPEDEM

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A Câmara Municipal de Jales reúne-se nesta segunda-feira, 12, para a última sessão ordinária do ano. Será, também, a última sessão da atual legislatura e da turma que aparece na foto acima. 

Os sete vereadores da foto – Nenê do Pet Shop, Júnior Rodrigues, Gilbertão, Pérola, Jesus, Nishimoto e Rosalino – estarão se despedindo da Câmara. Para pelo menos quatro deles, o adeus parece ser definitivo: Pérola, Gilbertão, Nenê e Nishimoto nem chegaram a disputar a reeleição e, se depender deles, a carreira política está encerrada.

Os outros três – Jesus, Júnior Rodrigues e Rosalino – que estão no primeiro mandato como vereadores, bem que tentaram, mas não conseguiram se reeleger e irão para a suplência. Os três não estão, no entanto, pensando em pendurar as chuteiras e, ao contrário, prometem estar na disputa em 2020. 

A lista de despedidas poderia ser ainda maior, mas o vereador Claudir Aranda – outro que nem disputou a reeleição – entregou sua cadeira ao suplente (Zanetoni) em setembro e, sem se despedir de ninguém, se mandou para Indaiatuba(SP), para onde foi transferido pelos Correios. Com problemas de saúde, Claudir estava indo à Câmara, nos últimos tempos, apenas para cumprir tabela.

Eleito quatro vezes seguidas, Claudir foi vereador no período 2001-2016. Outro que já está no quarto mandato é o vereador Gilbertão. Ele foi eleito pela primeira vez em 1996 e, nos últimos 20 anos, só não foi vereador no período 2009-2012, depois de concorrer ao cargo de vice-prefeito (ele fez dobradinha com Nice Mistilides) e perder a disputa.

Eleitos em 2008 e reeleitos em 2012, Pérola e Nishimoto deixam a política após dois mandatos como vereadores. Antes de se eleger vereadora, Pérola foi chefe de gabinete da Secretaria de Promoção Social, no governo Parini. Os 1.713 votos obtidos em 2008 deram a ela o posto de segundo vereador mais votado na história da cidade. 

Com Nishimoto, aconteceu algo que demonstra o quanto a nossa lei eleitoral é esdrúxula. Em 2004, com 766 votos, ele foi o 7º mais votado, mas não foi eleito. Em 2012, ele foi o 26º colocado, com apenas 296 votos. E foi eleito. 

“MINEIRINHO” QUE PEGOU R$ 15 MILHÕES DA ODEBRECHT É AÉCIO, DIZ DELATOR

A notícia é do Estadão:

aecio-neves-20150818-12-400x451Embora não cite valores, no anexo encaminhado pelo ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho aos procuradores da Operação Lava Jato constam referências a pagamentos da empreiteira ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) e ao ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab (PSD-SP).

De acordo com o delator, Aécio seria identificado no sistema interno de pagamentos indevidos como “Mineirinho” e Kassab como “Kafta”, “segundo informado pela empresa”. Melo Filho, no entanto, diz não ter participado de tratativas com os dois.

As referências a “Mineirinho” e “Kafta” já haviam surgido anteriormente na Lava Jato. No pedido de busca e apreensão da Polícia Federal na 26.ª fase da operação, a Xepa, “Mineirinho” é apontado como destinatário de R$ 15 milhões entre 7 de outubro e 23 de dezembro de 2014. As entregas, registradas nas planilhas da secretária Maria Lúcia Tavares, do Setor de Operações Estruturadas – conhecido como o “departamento de propina” da Odebrecht – teriam sido feitas em Belo Horizonte, capital de Minas.

A quantia foi solicitada pelo diretor superintendente da Odebrecht Infraestrutura para Minas, Espírito Santo e Região Norte, Sérgio Neves, a Maria Lúcia, que fez delação e admitiu operar a “contabilidade paralela” da empresa a mando de seus superiores. O pedido foi intermediado por Fernando Migliaccio, ex-executivo da empreiteira que fazia o contato com Maria Lúcia e que foi preso na Suíça.

Segundo Melo Filho, Aécio ainda teria intermediado um pagamento de R$ 1 milhão para o senador José Agripino Maia (DEM-RN), que ganhou os apelidos de “gripado” e “pino”.

UM JALESENSE NA LAVA JATO: CARLINHOS RAYEL É CITADO EM DELAÇÃO DE DIRETOR DA ODEBRECHT

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Enquanto o procurador geral da República Rodrigo Janot fala em investigar o vazamento da pré-delação do lobista da Odebrecht, Claudio Melo Filho, a revista Veja já está vazando outra delação: a do superintendente da Odebrecht no Rio de Janeiro, Leandro Azevedo, que envolve os nomes das principais lideranças políticas do Rio.

Segundo a revista, ele detalhou doações de caixa dois para o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), o prefeito Eduardo Paes (PMDB), o senador Lindbergh Farias (PT) e para o ex-governador Anthony Garotinho e sua mulher, Rosinha, ambos do PR.

A novidade está no capítulo dedicado ao senador Lindbergh Farias(PT), que, na contabilidade da Odebrecht, era conhecido pelo apelido “Feio”. Segundo o delator, Lindbergh teria recebido R$ 3,2 milhões na forma de caixa dois em suas campanhas.

rayel-lindberghO detalhe vem agora: Azevedo disse que parte do dinheiro entregue a Lindberg foi utilizado para pagar dívidas de campanha – coisa de R$ 700 mil – com o marqueteiro Carlos Rayel. Entre outras coisas, o delator disse que reuniu-se, em junho/julho de 2007, com Rayel e Lindbergh no gabinete deste último, à época prefeito de Nova Iguaçu.

Ainda de acordo com o delator, Carlinhos Rayel participou da negociação com Benedicto Júnior, outro diretor da Odebrecht, quando foi solicitada a ajuda financeira. Azevedo, o delator, afirmou que foi Rayel quem passou todas as informações necessárias para que os pagamentos, via caixa 2, fossem efetuados.

O suposto envolvimento do jalesense Carlinhos Rayel na Vaza Jato já repercutiu no estado de Mato Grosso (veja aqui), onde ele foi o marqueteiro e secretário de Comunicação do ex-governador Silval Barbosa, que, atualmente, está preso por corrupção.

Carlinhos Rayel, foi coordenador de imprensa e comunicação do governo Quércia, entre março de 1987 e março de 1991. Ele foi, também, o marqueteiro da campanha presidencial de Anthony Garotinho, em 2002, e da campanha vitoriosa da governadora Rosinha Garotinho, no Rio de Janeiro.

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Nos anos 70, Carlinhos desfilava seu requintado futebol pelos gramados de Jales. Na foto acima, registrada no nosso estádio municipal, ele é o terceiro da esquerda para a direita, entre o magro e cabeludo Cardosão (ele mesmo! o tucano Carlos Roberto Cardoso da Silva) e o renitente solteirão Evandro Spolon, o Kerkhof.

Nos anos 90, Carlinhos passou à categoria de “cartola”. Ele presidiu o time de basquete de Jales, três vezes vice-campeão da Liga Nacional (1991/92/93), que tinha jogadores da seleção brasileira – como Mauri, Gérson Victalino e Luís Felipe – e estrangeiros famosos, como o porto-riquenho George Torres e o americano Rocky Smith, além do técnico Flor Melendez.

REFORMA DA PREVIDÊNCIA: “UM GOLPE FATAL NA PROTEÇÃO SOCIAL”

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Reproduzo, por interessante, o artigo do presidente da CUT, Vagner Freitas, publicado hoje na Folha de S.Paulo:

No Brasil, milhões de pessoas morrem antes de completar 65 anos. Com essa idade mínima e o aumento do tempo de contribuição de 15 para 25 anos, a maioria dos brasileiros será excluída da aposentadoria. É um grande retrocesso que penaliza os mais pobres e as pessoas que dependem dos benefícios previdenciários para sobreviver com o mínimo de dignidade.

A reforma está pautada em nome de um deficit da Previdência. Se o que justifica essa perversidade é o alegado deficit, o governo deveria atacar as reais causas: isenções fiscais (R$ 88 bilhões em 2015); sonegação, que tira da Previdência mais de R$ 100 bilhões por ano; e, principalmente, cobrar a dívida ativa da Previdência, que soma R$ 340 bilhões.

As novas regras irão dificultar o acesso à aposentadoria de todos os trabalhadores, especialmente aqueles que têm menor qualificação e salário, como domésticas e pedreiros.

Hoje, para se aposentar por idade -homens aos 65 anos, mulheres aos 60-, os trabalhadores precisam contribuir no mínimo 15 anos. Caso as novas regras sejam aprovadas, homens e mulheres terão de contribuir no mínimo 25 anos e ter 65 anos.

As mulheres serão ainda mais prejudicadas, pois terão de contribuir dez anos a mais e trabalhar mais cinco anos para se aposentar por idade. A Constituição brasileira, que estabelece um tratamento diferente às mulheres por uma série de fatores -entre eles, maior responsabilidade na criação dos filhos, tripla jornada, menor renda e discriminação no mercado de trabalho-, foi ignorada.

A desgraça vai se espalhar no campo e na cidade. A PEC prevê regras quase inatingíveis para trabalhadores rurais. A idade mínima para ter direito ao BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago a idosos e portadores de deficiência de famílias pobres, vai aumentar um ano a cada dois, até passar dos atuais 65 anos para 70. O benefício também ficará menor, pois será desvinculado do salário mínimo.

Os trabalhadores rurais, responsáveis pela produção de mais de 70% dos alimentos que chegam às nossas mesas, serão enquadrados nas mesmas regras dos urbanos. A reforma praticamente acaba com o benefício especial a que eles têm direito em função das condições de trabalho que enfrentam.

Hoje eles não precisam comprovar tempo de contribuição, basta idade -60 para homens e 55 para mulheres. Só contribuem quando comercializam parte da produção, o que nem sempre é possível. Com a reforma, mesmo que produzam apenas o suficiente para sua própria subsistência, terão de contribuir por 25 anos e esperar os 65.

Mas o baú de maldades não terminou. A PEC prevê aumento da idade de acesso à aposentadoria toda vez que o IBGE detectar aumento da expectativa de sobrevida. Nos últimos dez anos, a expectativa cresceu 4,6 anos. Se as novas regras da Previdência com idade mínima de 65 anos estivessem em vigor há dez anos, o mínimo hoje seria quase 70.

Pelas novas regras, os brasileiros terão de contribuir durante 49 anos para ter direito ao valor integral do benefício -o teto hoje é R$ 5.189. Isso é inviável para a maioria da população, que enfrenta vários períodos de desemprego.

Trata-se de um golpe fatal em uma das mais eficazes políticas sociais de distribuição de renda e inclusão social do Brasil. Sem a Previdência, o total de pessoas abaixo da linha da pobreza aumentaria em 25 milhões e 70% dos idosos estariam em condição de extrema miséria.  

O governo optou pela Previdência privada em detrimento da Previdência Social definida pela Constituição, com uma proposta que acaba com as políticas de proteção e assistência social aos idosos e aos mais pobres.

O ESQUADRÃO DE CAÇA AO LULA

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Vinte testemunhas de acusação já foram ouvidas em outros dois processos contra o Lula – o do apartamento é um deles – e até agora não apareceu nenhum depoimento ou prova que pudesse incriminar o ex-presidente. Agora, surge nova denúncia do MPF. Vejamos o que escreveu sobre ela o jornalista Fernando Brito, do Tijolaço:

Quando Lula deu declarações favoráveis à compra dos caça Rafale, franceses, por conta dos interesses estratégicos de uma parceria com a França, foi acusado de estar desrespeitando os pareceres técnicos da Aeronáutica que manifestava a preferência técnica do oficialato da Aeronáutica pelos  suecos Grippen. Foi acusado, também, de “provavelmente estar cuidando do seu plano de aposentadoria”, como saiu na Veja.

Lula não comprou os caças e o negócio foi avaliado à exaustão pela FAB.

Agora o Ministério Público  diz que Lula foi com Dilma ao funeral de Nélson Mandela para “acertar” com o líder do Partido Social Democrata e futuro primeiro-ministro da Suécia, Stefan Lofven, a compra dos Grippen!!!

E isso para que se pagasse ao seu filho a incrível comissão de R$ 2,5 milhões por um negócio de R$ 18,360 bilhões (US$5,4 bilhões).

Ou uma “comissão” de 0,01%!

Seria recomendável aos doutos procuradores – cuja experiência aeronáutica não deve ir muito além do check-in em aeroportos, que conversassem com o ex-comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Juniti Saito, para saber quais as razões que levaram Dilma a referendar a opção técnica pelos Grippen e ao próprio Lula por não exercer o direito de escolher os Rafale, cuja compra considerava estrategicamente melhor para as relações internacionais brasileiras e que, mesmo assim, não desconsiderou a opinião da Força Aérea.

Quem sabe, conversando, soubesse que 100% do negócio é financiado pelo  banco de fomento sueco SEK (o BNDES da Suécia), com oito anos de carência e 15 anos para o pagamento.

Ou que o Governo sueco  aceitou baixar a taxa de juros de 2,54% ao ano para 2,19% ao ano, o que representa uma economia de pelo menos R$ 600 milhões aos cofres públicos brasileiros.

Ou que 300 engenheiros e técnicos brasileiros vão passar pela Suécia para serem treinados – uma parte já foi, desde o ano passado – para produzir aqui boa parte do avião, moderníssimo?

E que o Brasil tem a franquia de se tornar, além da Suécia, ele próprio, exportador de aviões.

Ou que não se aprende alta tecnologia aeronáutica, como fez a Embraer, em cursos por correspondência.

Ah, sim, mas para não decepcionar os senhores, uma informação que não é prova, mas na mentalidade da elite brasileira já é o suficiente para uma convicção: o agora ex-primeiro-ministro sueco, o tal  Stefan Lofven, tem conexões suspeitas: foi metalúrgico, como Lula, e não tem curso superior.

Capaz até de ser bolivariano e querer vir morar em Maricá.

RENAN VIRA ‘JURISPRUDÊNCIA’ E PREFEITO BAIANO IGNORA ORDEM JUDICIAL

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E ontem o presidente da Petrobras, Pedro Parente, ignorou recomendação do TCU para que ele parasse de vender os ativos da empresa. Segundo o TCU, está faltando transparência à liquidação da Petrobras.

De seu lado, Ciro Gomes, em entrevista, disse que Parente está vendendo poços de petróleo a preço de coca-cola. Mas vamos à notícia sobre o prefeito baiano, publicada no Brasil 247:

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), está fazendo escola com sua atitude de desobedecer decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de lhe afastar do cargo.

O primeiro ‘aluno’ de que se tem notícia é o prefeito de Barreiras (interior da Bahia), Antônio Henrique de Souza. Ele se recusou a cumprir uma liminar expedida pelo Tribunal de Justiça do Estado, atendendo a pedido do sindicato dos servidores públicos do município, para obrigar a prefeitura a descontar dos salários e repassar à entidade 1% do valor de toda a folha salarial.

O percentual corresponde ao chamado ‘imposto sindical’, que torna essas entidades milionárias. O prefeito citou o caso de Renan Calheiros para alegar que também vai descumprir a medida liminar.

Carmélia da Mata, presidente do sindicato, acusa o prefeito de suspender o desconto nos salários dos servidores, assim como o repasse à entidade, “de forma arbitrária e perseguidora”.

SÉRGIO MORO SUPERSTAR

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O amigo tinha dúvidas de que o “justiceiro” Sérgio Moro – transformado em herói nacional e superstar pelos coxinhas batedores de panelas – é um tucano travestido de juiz? Então, siga as fotos e fatos abaixo e acabe logo com essas dúvidas. Ressalto que, em nenhum país sério do mundo, um juiz se daria ao desfrute de momentos como esses.

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No domingo, Moro almoçou com o cantor e compositor Raimundo Fagner, que deu depoimentos de apoio a Aécio Neves na campanha eleitoral de 2014. Um baba-ovos qualquer aproveitou a oportunidade para mostrar aos dois – Moro e Fagner – uma música (música?) composta especialmente para massagear o inflado ego do juiz. O vídeo está na internet, mas vou poupar os prezados leitores dessa “maravilha”.

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Na segunda-feira, Moro participou de um evento em Mato Grosso, promovido pelo governador tucano Pedro Taques, acusado em investigação da Polícia Federal de utilizar dinheiro da Secretaria Estadual de Educação em sua campanha eleitoral de 2014. No evento, Moro aproveitou para elogiar o deputado federal Nílson Leitão, também do PSDB e também acusado de desviar dinheiro da Educação.

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E na terça-feira, Moro participou da premiação da galhofeira revista IstoÉ – também conhecida pelo epíteto de QuantoÉ – em evento que mais parecia uma convenção do PSDB. A revista condecorou o decorativo Michel Temer – que, como sempre, parecia meio deslocado – com o prêmio “Homem do Ano”. Sem dúvida alguma, a piada do ano. Na sua fala Temer proclamou: “O prêmio serve de mobilizador e motivador para que nós salvemos o País”. Ou seja, estamos fritos!

Sérgio Moro – muito à vontade entre tantos tucanos – também recebeu um prêmio e aproveitou o evento para trocar confidências com Aécio – um dos políticos mais citados nas delações da Lava Jato – e colocar o assunto em dia com o ministro preferido do urubólogo Alexandre Garcia, o José Serra, suspeito de receber R$ 23 milhões da Odebrecht.

Será que o Lula está errado ao acusar Moro de ser militante do PSDB?

JUSTIÇA ELEITORAL DE ESTRELA D’OESTE CASSA DIPLOMA DE PREFEITO ELEITO EM DOLCINÓPOLIS

candidatos-dolcinopolis-americoDos cinco municípios que integram a Zona Eleitoral de Estrela D’Oeste, a 233ª do Estado, em pelo menos dois – Turmalina e Populina – os prefeitos eleitos no pleito de outubro passado – Fernanda Menezes Andréa e Adauto Severo, respectivamente – já tinham sido penalizados pela Justiça Eleitoral, em decisões de primeira instância, com a cassação do diploma eleitoral e multa de R$ 53 mil. Eles foram acusados de “captação ilícita de sufrágios”, a popular compra de votos.

Ontem, foi a vez do prefeito eleito de Dolcinópolis, Américo Ribeiro Nascimento (foto), e seu vice, Valdecir Henrique Zanetoni, sentirem o peso da caneta da juíza de Estrela D’Oeste, Marina Miranda Beloti.

Depois de ouvir diversas testemunhas, a magistrada decidiu julgar procedente a Ação de Investigação Eleitoral, proposta pelo Ministério Público Eleitoral daquela comarca, através do promotor Cleiton Luís da Silva, que acusou os dois candidatos de “abuso do poder econômico”. A juíza condenou o prefeito eleito e o vice a oito anos de inelegibilidade, além de cassar-lhes o diploma.

Eles não estão sozinhos: um correligionário, Carlos Roberto Vasconcelos, também foi condenado. Carlinhos, como é conhecido lá em Dolcinópolis cismou de oferecer um churrasco “boca livre” para a ordeira gente dolcinopolense bem no dia e horário em que o adversário de Américo tinha um comício marcado. Segundo consta, o churrasco, ao qual compareceram cerca de 500 pessoas, foi divulgado através de carro de som e grupos de whatsapp.

A divulgação chamou a atenção e o próprio promotor eleitoral compareceu pessoalmente, acompanhado de policiais, para fazer uma diligência no local, comprovando que se tratava de um “churrasco político”, embora a desculpa oficial para a realização do churrasco teria sido o aniversário de casamento de Carlinhos. Nenhuma testemunha soube dizer, no entanto, quantos anos de casamento o dono da festa “comemorou”.

Em sua decisão, a juíza ponderou que, no cenário de crise atual, “um churrasco ‘boca livre’ para cerca de 500 pessoas é capaz de influenciar na manifestação de vontade dos eleitores”. Ela não gostou, também, da explicação dada pela defesa dos acusados para o fato de só haver, na festa, carros com adesivos dos candidatos Américo e Valdecir. A defesa alegou que foi apenas “uma coincidência”.

A política é assim mesmo: cheia de coincidências…

E SE FOSSE O LULA?

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Da blogueira Cynara Menezes, do blog Socialista Morena:

Imaginem, apenas imaginem, a cena: em um evento da revista Carta Capital (para o paralelo ficar mais óbvio dentro dos padrões coxinhas), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, citado anteriormente em cinco delações da Lava-Jato, conversa e ri às bragas soltas com o juiz Sergio Moro, comandante da operação. Suponha também que a Lava-Jato morolulaestivesse sob a desconfiança de beneficiar o PT, já que jamais atingira políticos do partido. O que diriam a direita e sua parceira, a mídia, sobre a foto? Nossa, o mundo iria cair.

Pois, em se tratando do tucano Aécio Neves, a foto do evento da revista IstoÉ que premiou Michel Temer como “brasileiro do ano” foi recebida com total normalidade pela direita e sua parceira, a mídia. Pelo contrário, houve até reportagens tentando justificar o fato de o senador tucano aparecer em cenas de franca intimidade com o juiz Sergio Moro. Apelou-se inclusive a uma velha foto onde Lula e Aécio conversam praticamente na mesma posição, como se um dos dois fosse juiz de alguma ação envolvendo o outro, numa falsa simetria patética.

serra_moro_e_esposaTem dois problemas evidentes e inegáveis na imagem feita pelo fotógrafo Diego Padgurschi que viralizou nas redes sociais. O primeiro é que Aécio aparece, até agora, em cinco delações da investigação comandada por Moro. E o segundo é que a foto, quer queiram os “moristas” ou não, ajuda a reforçar a impressão de que o juiz nutre indisfarçável simpatia pelo tucanato -em outra imagem, ele aparece confraternizando com o ministro das Relações Exteriores, o também tucano José Serra. Também reforça a suspeita, feita pelos adversários de Moro, de que a Lava-Jato protege o PSDB. Afinal, até hoje nenhum tucano foi preso, conduzido coercitivamente ou teve suas residências devassadas pela operação.

Entendo que, num momento de descontração, todos podem relaxar. Afinal, era uma festinha onde tucanos, o governo e Moro também foram para se divertir. Mas, como diz o ditado, não basta ser honesto; é preciso parecer honesto. Ao se deixar flagrar aos cochichos com o senador Aécio Neves, o juiz Sergio Moro demonstrou certa falta de compostura para o cargo que exerce. Me parece inapropriado a um juiz aparecer gargalhando com um político citado na operação que comanda (contando com Serra, são dois). E a imagem sem dúvidas forneceu munição à defesa de Lula, que já o acusa de ter “perdido a imparcialidade” para julgar o ex-presidente.

Em julho do ano passado, a presidenta Dilma Rousseff convidou ministros do Supremo para jantar no Palácio do Alvorada como comemoração do Dia do Advogado. Foi um auê. O próprio ministro Marco Aurélio recusou, dizendo que seria “malvisto”. “A leitura que o pagador de impostos, um cidadão faz, não é boa e acaba indiretamente desgastando a instituição”, disse Marco Aurélio. A frase cabe como uma luva para a foto de Sergio Moro confraternizando com Aécio Neves. Com um detalhe: até hoje não há uma só delação que comprometa Dilma.

“NÃO TÁ FÁCIL…” – PASCOALINO S. AZORDS

O escriba Pascoalino S.Azords – um velho amigo jalesense que há tempos se mandou para outras plagas – dedicou a este aprendiz de blogueiro a crônica que ele publica semanalmente no combativo jornal impresso “O Debate”, de Santa Cruz do Rio Pardo. Eis a crônica:

Não tá fácil…

(para o Cardosinho)

Eu não queria ficar um velho pessimista e amargo como o português José Saramago, que Geraldo Machado, acertadamente, chamou de Salamargo. Para entender o que nobelíssimo Saramago escreve, às vezes preciso fazer tanta ginástica que me dá câimbras ou formigamento. Eu queria mesmo é ficar um velho louco e sorridente como Manoel de Barros, que, maior de 80 anos, ainda gostava dos filmes do Jim Jarmusch e tomava sua cachacinha diária. “É melhor ser alegre que ser triste”, já dizia o Vinícius de Moraes. Eu juro que venho tentando. Até deixei de comprar tênis… Mas tá difícil.

Não vou aqui nesse cantinho de página listar as cagadas do ex-vice-presidente decorativo em exercício. Disso se ocupa a chamada grande imprensa. É notícia ruim pra todo mundo, todos os dias da semana. Mas, picado pelo espírito natalino das lojas do centro por onde hoje campeei uma inocente ventana, me vejo batendo pernas pelas ruas da minha cidade, 45 anos atrás. Naquele tempo, eu ainda não procurava nada. Adentrava as lojas apenas para me esconder da chuva. E um desses abrigos era a Livraria Mariza, que praticamente só vendia cadernos e livros didáticos, mas tinha também uma razoável seção de discos.

chico-buarque-construcaoPassei aquele Natal de 1971cobiçando um LP que o Deonel não se cansava de tocar na Rádio Cultura. Estava lá na prateleira da Livraria Mariza, mas, cadê o dinheiro?

Hoje, eu tornei a ouvir o disco que não pude comprar 45 anos atrás. Abaixei o volume para não incomodar os cachorros e os passarinhos importados da vizinhança, e vi em alto bom som o quanto a gente regrediu. Longe de mim o pessimismo do premiado Saramago. Mas, mesmo vivendo sob uma ditadura covarde e sanguinária em 1971, pelo menos tínhamos um povo que se indignava. E por isso era perseguido, preso, exilado, quando não torturado e morto em repartições públicas, por funcionários públicos, quase sempre fardados, em pleno expediente!

E além da indignação, tínhamos a Música feita pelos jovens brasileiros de 45 anos atrás: Paulinho da Viola, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Jorge Ben, Djavan, Alceu Valença, João Bosco, Gonzaguinha… E Chico Buarque, que naquele Natal de 1971 estava lançando “Construção”, seu quinto disco, aos 27 anos de idade. Por extenso para que não paire dúvida: aos vinte e sete anos de idade o compositor que hoje pode ser desrespeitado por qualquer playboy desinformado já tinha cinco discos no currículo.

Mais do que prazer, ouvir “Construção” também me dá uma noção do quanto emburrecemos. “Construção” tocava no rádio – e sem parar! Assim como, dois anos depois, no parque de diversões uma das músicas do “Dark Side of the Moon”, o disco do prisma do Pink Floyd, era a trilha para a moça que bateu na mãe se transformar em gorila.

É ou não é de amargar?

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