Matéria do repórter Alexandre Ribeiro, de A Tribuna, sobre a retomada de terrenos localizados nos distritos industriais I e II, creditou a assessores da prefeita Nice declaração dando conta de que até um vereador beneficiado com terreno teria sido notificado.
O assunto parece ter incomodado alguns vereadores. André Ricardo Viotto, o Macetão, foi um deles. Há alguns dias, ele encaminhou um requerimento à prefeita, perguntando quem seria o tal vereador beneficiado com terreno. Eis o que foi perguntado pelo vereador:
Há realmente uma empresa pertencente há algum Vereador que foi notificado e de quem a Prefeitura retomará o terreno? Em caso positivo, informar quem é o Vereador e fornecer cópia da doação do terreno.
A resposta do supersecretário Aldo José Nunes de Sá foi sucinta e pouco esclarecedora: “Existe, porém ainda não foi notificado”. Como se vê, os vereadores – e os contribuintes – vão continuar sem saber quem seria o tal vereador.
Eis um naco da notícia reproduzida pela Folha da Região:
O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) chamou de “vagabundo” e mandou à “puta que te pariu” um blogueiro filiado ao PT que o questionou sobre seu “suposto envolvimento” nos casos de formação de cartel e corrupção no Metrô de São Paulo. O episódio ocorreu na terça-feira (6).
Após o episódio, Rodrigo Grassi, conhecido na internet como Rodrigo Pilha, acabou preso pela Polícia Legislativa do Senado.
O blogueiro aproximou-se de Aloysio, dizendo querer saber sobre a importância da instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). O senador perguntou para onde seria a entrevista. “Blogosfera. Botando Pilha.com”, respondeu Grassi. Ainda calmo, o senador disse que as CPIs são importantes para “investigar problemas no âmbito no governo”.
Grassi rebateu a afirmação e perguntou por que, então, em São Paulo, o PSDB barrava investigações sobre as denúncias de formação de cartel e pagamento de propina na expansão do metrô. “Existem investigações em São Paulo que são muito profundas em relação a essa história do Metrô”, disse o senador, afirmando que o caso é apurado pela Procuradoria do Estado, a Corregedoria, o Ministério Público e a Justiça.
“Independente disso, e o suposto envolvimento do senhor?”, continuou Grassi. “Vá para a puta que te pariu”, respondeu Aloysio, indo para cima do blogueiro.
A notícia é interessante e pode ser lida por completo aqui. E o vídeo com o desentendimento pode ser visto aqui.
Em decisão publicada ontem, 06, o desembargador Moacir Andrade Peres, da 7ª Câmara de Direito Público do TJ-SP, indeferiu o pedido de efeito suspensivo interposto pela Câmara Municipal contra a liminar concedida pela Justiça de Jales à prefeita Nice Mistilides.
A liminar, vocês se lembram, suspendeu os trabalhos da Comissão Processante instalada pelos vereadores para investigar supostas infrações político-administrativas cometidas pela prefeita, conforme denúncia do servidor aposentado Lauro Figueiredo, o Matogrosso. Eis o inteiro teor da decisão:
1. A fundamentação e documentação apresentadas não surgem relevantes a justificar o pedido de concessão de efeito suspensivo, até julgamento do recurso.
2. Indefere-se, pois, o pedido de efeito suspensivo ao agravo de instrumento.
3. Intime-se a agravada para responder.
4. Dê-se vista dos autos à douta Procuradoria Geral de Justiça.
5. Após, retornem os autos conclusos para julgamento.
São Paulo, 6 de maio de 2014.
Moacir Peres – Relator
Traduzindo: a liminar obtida pela prefeita não foi cassada e os trabalhos da Comissão Processante continuam suspensos até que o mérito do recurso da Câmara – um Agravo de Instrumento – seja julgado definitivamente.
Os vereadores Gilbertão e Rosalino receberam, nesta terça-feira, uma boa notícia. Em ligação vinda de Brasília, um funcionário do Dnit comunicou a eles que os recursos para construção dos dois famosos pontilhões sobre a linha férrea, em Jales, serão incluídos no Orçamento da União para liberação em 2015.
Segundo Rosalino, desde que essa história começou, esta é a primeira vez que a obra é incluída no Orçamento. “Nunca estivemos tão perto de conseguir os recursos. Podemos dizer que, agora, os pontilhões estão bem encaminhados”, disse o vereador.
Segundo Gilbertão, o próprio funcionário do Dnit ressaltou a importância da ida dos três vereadores – Rosalino, Jesus e Gilbertão – a Brasília, no início do ano. “O projeto estava engavetado, mas, graças à ajuda do deputado Vicente Cândido(PT), nós conseguimos demonstrar para o pessoal do Denit a importância desses pontilhões para Jales”.
Para Rosalino, a parte mais difícil era a inclusão da obra no Orçamento. “Agora, nós temos que nos unir – Legislativo e Executivo – e acionarmos os nossos deputados para conseguir a liberação. Eu estou otimista, pois nós contamos com dois aliados importantes: os deputados Vicente Cândido e Devanir Ribeiro”, concluiu Rosalino.
O presidente da Câmara, Gilbertão, tornou pública, ontem, uma suposta tentativa de intimidação contra ele. O fato – que já vinha sendo comentado nos bastidores – foi narrado pelo polêmico vereador na tribuna da Câmara e, depois, em entrevistas à imprensa.
Gilbertão contou que foi procurado, na semana passada, por um conhecido que o alertou sobre a articulação de um plano para aplicar-lhe um corretivo. O conhecido o levou até alguns amigos, os quais confirmaram terem sido procurados por um dos principais assessores da prefeita Nice.
Segundo o que disseram ao vereador, o assessor da prefeita teria proposto pagar R$ 300 a cada um deles, a fim de que aplicassem uma “surra” em Gilbertão. “Não é pra matar. É só pra dar uma surra bem dada e, depois da surra, tirar uma foto dele pra mim“, teria recomendado o assessor aos rapazes.
Procurado por um emissário de Gilbertão, o auxiliar da prefeita teria confirmado o contato com os rapazes, mas alegou que estava apenas querendo “testar a coragem” deles.
Gilbertão explicou, ainda, que, a pedido dos envolvidos, não registrou Boletim de Ocorrências na polícia. Mas, por precaução, ele teria registrado um documento em Cartório onde dá detalhes da trama e cita o nome dos envolvidos.
Como se vê, a política, em Jales, está ficando cada vez mais interessante.
A segunda-feira foi de negociações entre a prefeita Nice Mistilides, o Sindicato dos Servidores e a Câmara Municipal. E, no final do dia, como já estava previsto, os servidores municipais reuniram-se em assembleia, quando aprovaram o que foi negociado.
O que foi negociado? Se eu entendi direito, os servidores toparam a proposta da prefeita que concede a reposição de 5,9% e condiciona um reajuste de 3%, em dezembro, à diminuição dos índices de gastos com pessoal.
Como se sabe, os índices andaram batendo em 55% das receitas e precisam cair a pelo menos 51%. Para conseguir isso só existem dois caminhos: diminuir as despesas ou aumentar as receitas. Ou, de preferência, os dois juntos.
Voltando ao acordo, ele prevê, também, o restabelecimento de todas as portarias cortadas pela prefeita no mês passado e a aprovação, pela Câmara, do projeto apelidado de Refis, que autoriza uma anistia de juros e multas aos devedores de impostos.
A prefeita deverá enviar os projetos para serem aprovados na sessão da próxima segunda-feira, o que lhe dá alguns dias para refletir sobre o acordo. E é aí que mora o perigo. Não custa nada ela voltar atrás novamente.
O município de São Francisco, que, assim como Jales, foi fundado pelo doutor Euphly Jalles, comemorou aniversário no sábado, 03 de maio. E, é claro que, por conta disso, recebeu inúmeras personalidades políticas.
Uma dessas personalidades foi a nossa prefeita Nice Mistilides. E, pelo jeito, ela levou boa parte de seu staff até o vizinho município. Um amigo, lá de São Francisco, me disse que nunca viu um(a) prefeito(a) andar acompanhado de tantos assessores.
Mas não é sobre o tamanho da delegação oficial de Jales o assunto deste post. O assunto, na verdade, é a vaia que a nossa prefeita tomou em terras são-francisquenses.
Segundo consta, ao ser anunciada pela locutora do evento, Nice tentou iniciar um discurso, mas foi interrompida por algumas vaias. Quem estava lá disse que ela deu um jeito de encerrar sua fala rapidinho e sair à francesa.
Meu informante não soube dizer se tinha muita gente de Jales na plateia, ou se a iniciativa das vaias foi mesmo do indelicado pessoal de São Francisco. O fato é que, ao que parece, a fama da nossa prefeita está chegando a outros rincões.
O Boletim nº 142 do deputado Edinho Araújo(PMDB) traz, entre outras coisas, uma saudação aos 41 anos da Embrapa, que foi criada no dia 26 de abril de 1973, com a missão de viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da agricultura.
No estado de São Paulo, a Embrapa está representada por um escritório de negócios e seis unidades de pesquisa. Uma dessas unidades é a Estação Experimental de Viticultura Tropical de Jales.
O deputado Edinho está dizendo em seu Boletim que ele foi um dos responsáveis pela conquista da Estação Experimental de Jales, instalada há vinte anos. Sinceramente, não me lembro qual foi a participação do deputado, mas, se ele está dizendo que foi um dos responsáveis, deve ser verdade.
Eu fui expulso do PT e não tenho nenhum motivo para achar que os petistas são santos. Nem os petistas, nem os tucanos, nem os peemedebistas, nem ninguém. Na política não existe santo. Existem políticos menos desonestos.
Mas o que parte da imprensa – a mesma que incensa o Joaquim Barbosa – tenta passar ao povo brasileiro, com o objetivo claro de tirar o PT do poder, é algo vergonhoso. Dia desses, alguns jornalões deram manchete para as “regalias” do ex-ministro José Dirceu na cadeia.
Vejam, agora, a versão do deputado Jean Willys, do PSOL, partido que faz oposição ao governo petista. A notícia está em alguns jornais e blogues, como o Socialista Morena:
Os cinco deputados da Comissão de Direitos Humanos e Minorias que vistoriaram hoje as condições em que se encontra preso o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu não encontraram nada que pudesse ser considerado regalia em relação aos outros detentos da Penitenciária da Papuda, em Brasília. Dirceu está numa cela comum, possui inclusive menos objetos que outros presos –apenas uma televisão pequena e livros– e faz os mesmos trabalhos que os demais presos, como lavar o pátio do presídio.
No entanto, na saída da penitenciária, diante das câmeras de TV, a deputada tucana Mara Gabrilli afirmou o contrário: que a cela de Dirceu é maior que as dos demais e que ele dispõe de várias regalias. O mesmo fez o deputado do PPS, Arnaldo Jordy. Os repórteres, à espera dos parlamentares na saída da Papuda, nem sequer deram a devida atenção aos demais deputados, Jean Wyllys (PSOL), Luiza Erundina (PSB) e Nilmário Miranda (PT), como se só quisessem ouvir o que lhes interessava ouvir.
“Na minha opinião, infelizmente a Mara e o Jordy resolveram partidarizar a questão. A Mara foi enfática ao dizer aos jornalistas que a cela de Dirceu é ‘ampla e iluminada’, sendo que nem pôde entrar no local, porque a cadeira de rodas dela não permitia a passagem”, disse Wyllys. “Respeito muito a Mara, mas ela não visitou a cela. Acho estranho afirmar categoricamente uma coisa sem ter entrado. Ficou na porta.” Segundo Wyllys, a cela de Dirceu está cheia de infiltrações e é compartilhada com outros presos, que não estavam presentes porque, ao contrário dele, receberam o benefício de sair para trabalhar.
“Não tem privilégio algum, aquilo lá é um horror. O próprio Ministério Público apontou isso, é um absurdo dizer o contrário. Eu não tenho relação alguma com Zé Dirceu, meu partido faz oposição ao PT e posso afirmar o que vi com meus próprios olhos: não existem regalias.”
Os deputados puderam checar a veracidade da história divulgada pela imprensa de que José Dirceu teria comido feijoada, o que seria uma “regalia”. Na verdade, Dirceu comprou uma lata de feijoada na cantina do presídio, o que é possível a qualquer detento. Durante as visitas, os presos podem receber dos familiares até 125 reais em dinheiro para gastar dentro da Papuda.
Absolutamente todos podem fazer isso, de acordo com a direção da penitenciária, que também explicou aos deputados que as diferenças entre as celas são estabelecidas de acordo com a periculosidade do detento. Por exemplo: se a direção considerar que determinado preso pode queimar um colega, não recebe autorização para possuir um forno em sua cela. “É este o critério”, disse Wyllys. Dirceu está magro, porém com postura “digna”, nas palavras do parlamentar.
Um amigo me enviou um exemplar do folheto distribuído pela prefeita há duas semanas, onde ela parabeniza Jales pelos seus 73 anos. Assim como os panfletos distribuídos durante a campanha eleitoral, com promessas incumpríveis e pesquisas duvidosas, o folheto da prefeita (sou obrigado a concordar que papel aceita tudo!) está recheado de inverdades.
A começar pela capa, onde se diz que “mais de 20 milhões foram conquistados para a cidade”. Onde estão esses R$ 20 milhões? Nessa conta, devem estar contabilizados os R$ 7,5 milhões que a prefeita anunciou ainda no final de 2012 e que, até agora, não se concretizaram. Ou, então, os R$ 10 milhões que o vereador Tiquinho iria conseguir junto aos irmãos Leite, coisa que também não se concretizou.
Em uma das páginas dedicadas às “melhorias” da Saúde, o papelucho da prefeita diz que acabou com as filas nas madrugadas das unidades de saúde do município. Nesse caso, a mentira é dupla. Primeiro, porque as filas continuam, como mostra a foto enviada por um leitor do blog, na semana passada (aqui).
Segundo, porque a foto utilizada no folheto – onde se tenta incutir no leitor incauto a impressão de que, antes da Ungida, os pacientes tinham que levar cadeiras para enfrentar o tempo de espera nas filas – é, na verdade, de uma notícia sobre a cidade gaúcha de São Gabriel(aqui). Qualquer pessoa minimamente inteligente notaria que, aqui em Jales, não se usa aquele tipo de indumentária para enfrentar o frio.
Querem mais inverdades? Calma! Como diria o esquartejador, é melhor irmos por partes.
