Categoria: Música

ALCEU VALENÇA – “TROPICANA”

Muitas vezes, o compositor demora meses para terminar uma música e o resultado acaba não sendo dos melhores. Não é o caso de “Tropicana”, composta e lançada em 1982, pelo Alceu Valença.

Dizem os livros que ela foi composta em questão de minutos, no Hotel Firenze, em São Paulo, onde o violonista Vicente Barreto, autor da melodia, foi mostrá-la a Alceu. Como tinha um compromisso, Alceu ouviu rapidamente a música e começou a escrever num pedaço de papel uns versos sobre frutas, sem nenhuma expectativa de que aquilo pudesse dar algum resultado aproveitável. E não é que deu?

A música foi o segundo sucesso do LP Cavalo de Pau, de 1982. O primeiro sucesso do disco foi “Como Dois Animais“. No vídeo abaixo, uma interpretação recente de “Tropicana” para o DVD Valencianas, gravado por Alceu com a Orquestra Ouro Preto, no teatro Belas Artes, em Belo Horizonte.

E daqui a pouco eu estarei lá na Regional FM, onde – das 10:00 às 14:00 horas – apresento o Brasil & Cia, com as melhores da MPB. Por sinal, o Brasil & Cia completa 20 anos agora em 2015. Eis o vídeo com o Alceu:

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OS INCRÍVEIS – “MARCAS DO QUE SE FOI”

tavitoO amigo Ademar Amâncio, de Populina, citou versos de “Casa no Campo” em um de seus comentários enviados ao blog, o que me fez lembrar do esquecidíssimo Tavito, compositor mineiro que, junto com o Zé Rodrix, fez aquela linda canção que se tornou sucesso com a Elis Regina.

Tavito, hoje com 66 anos, é autor de várias músicas, entre elas “Rua Ramalhete”, que me pedem de vez em quando lá no Brasil & Cia, que apresento na Regional FM, aos domingos. Mas uma das músicas mais conhecidas do Tavito é, sem dúvida, “Marcas Do Que Se Foi“.

Algumas pessoas acham essa canção é da dupla Dom e Ravel, que costumava compor canções de apoio aos militares. O próprio Tavito tinha alguma culpa nisso, pois, em princípio, ele não gostava de revelar que a música – utilizada pelo regime militar, do qual ele próprio foi vítima – era de sua autoria.

De qualquer forma, a música, gravada pelos Incríveis e utilizada pela Rede Globo em suas mensagens de fim-de-ano, se tornou uma espécie de hino do réveillon de 1976. Quase 40 anos depois, “Marcas Do Que Se Foi” resiste ao tempo, tendo sido regravada por grupos (The Fevers, Nenhum de Nós), pagodeiros (Thiaguinho), duplas sertanejas (Zezé di Camargo & Luciano) e até por padres-cantores (Marcelo Rossi).

Tavito (Luís Otávio de Melo Carvalho) é autor, também, de vários jingles publicitários. Um dos mais conhecidos é aquele que diz “vem pra caixa você também”. No vídeo abaixo, o amigo poderá ouvir a versão de “Os Incríveis”:

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FILHO DE JALESENSE ACOMPANHA ELZA SOARES NO ‘ENCONTRO COM FÁTIMA BERNARDES’

glauber seixas

Na quinta-feira à noite, dei um pulo até a Farmácia Bandeirantes – por sinal, mais moderna e funcional após recente repaginação – para comprar um antigripal. Encontrei por lá o seo Bernardino Mendes Seixas, que, no horário noturno, é o farmacêutico responsável. Quem o vê com toda aquela disposição, não imagina que ele já passou dos 80 anos.

Mas, enquanto eu encontrava o seo Bernardino por aqui, lá no Rio de Janeiro o neto dele – o Glauber Seixas – participava do “Encontro com Fátima Bernardes”, acompanhando a cantora Elza Soares, que está divulgando seu novo show, onde canta somente músicas do gaúcho Lupicínio Rodrigues.

Glauber – filho do amigo Luiz Carlos Seixas, que continua morando em Ourinhos apesar de a chuva quase ter levado a casa dele (aqui) – já é um dos violonistas mais requisitados do Brasil. No “Encontro com Fátima Bernardes”, ele acompanhou Elza em “Esses Moços…” e “Nervos de Aço”, dois clássicos do velho Lupe.

Infelizmente, eu não estou conseguindo anexar o vídeo, mas, se o prezado leitor tiver um pouquinho de paciência, é só clicar aqui e procurar o programa do dia 26.12.14.

JOE COCKER, O HOMEM QUE MELHOROU UMA CANÇÃO DOS BEATLES MORRE AOS 70

Do jornalista e músico Kiko Nogueira, para o DCM:

Tão incrível quanto a voz negróide, rasgada, de Joe Cocker eram seus espasmos durante os shows. Parecia que ele iria a qualquer momento cair no chão, vítima de um excesso de feeling.

Cocker era um inglês apaixonado pela soul music americana, especialmente Ray Charles, a quem idolatrava. Surgiu na segunda metade dos anos 60. Cantava hits da Motown em pubs. Em 1968, ele e sua Grease Band gravaram “With a Little Help From My Friends”, dos Beatles. Entre os músicos convidados na sessão, estavam Jimmy Page e Steve Winwood.

A versão estourou na Inglaterra e nos EUA, pavimentando seu caminho até Woodstock um ano depois. Sua releitura tornou-se um clássico e Cocker virou uma estrela. Ele era o sujeito que tinha melhorado uma canção dos Beatles, reduzindo o original a uma tentativa bem intencionada. Os Fabs, impressionados, lhe mandaram um telegrama.

Firmou-se como um intérprete extraordinário, abrindo espaço para outros nomes dos chamado “soul de olhos azuis”, como Leon Russell e Delaney and Bonnie. O que ele fez com “With a Little Help” repetiria com “Feelin’ Alright”, do Traffic, injetando adrenalina e dando uma outra cara à música.

Nos anos 70, teve tudo para virar um superstar, mas mergulhou nas drogas e na bebida a ponto de quase perder tudo. Uma grande turnê, com 34 músicos, foi prejudicada por sua dificuldade em lembrar das letras estando alcoolizada. Foi preso na Austrália com maconha. Também passou a usar heroína. “Não havia rehab naqueles dias. Estava tudo disponível e eu caí de cabeça”, disse.

No auge do vício teve um dos maiores hits de sua carreira: “You Are So Beautiful”, de Billy Preston, que se tornaria famosa no Brasil como trilha de um comercial. Depois ainda cantaria o tema do filme “9 e Meia Semanas de Amor”, o hino do strip tease “You Can Leave Your Hat On”.

Conseguiu se limpar nos últimos 20 anos, depois de conhecer a mulher americana, Pam. Quando não estava tocando, descansava os ossos num rancho no Colorado, onde tinha uma lanchonete chamada “Mad Dog Café’, homenagem a um de seus sucessos (“Mad Dogs and Englishmen”).

Joe Cocker morreu ontem, de câncer no pulmão aos 70 anos. Os anos de abuso cobraram a conta. Deixa 40 discos e uma marca na história do rock que não será apagada nem por sua miríade de seguidores.

Abaixo, uma das interpretações de Joe Cocker para um de seus maiores sucessos, “You Are So Beautiful”. Quem quiser saber mais sobre Cocker, é só clicar no comentário de Pablo Miyazawa para o UOL.

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BAÚ DO RAUL – “OURO DE TOLO”

raul seixasEm um post aí pra baixo, de ontem, mencionei uma música – “Ouro de Tolo” – do Raul Seixas. Hoje, fui ao YouTube para ver o que encontrava. Encontrei o vídeo abaixo, do show “Baú do Raul”, realizado em 2004, onde o cantor Maurício Baia interpreta “Ouro de Tolo”.

“Ouro de Tolo”, uma composição que mistura confissões autobiográficas com críticas ao comportamento fútil da classe média alta, foi lançada em 1973 em um compacto simples e, posteriormente, num LP chamado Krig-Ha Bandolo.

Por sinal, o LP, que, além de “Ouro de Tolo”, tinha músicas como “Metamorfose Ambulante” e “Mosca na Sopa”, é considerado por muitos críticos como o disco mais importante de Raul.

O nome do disco foi inspirado nos gibis do Tarzan que o Raul, assim como o nosso dileto amigo Orlando Matheus, gostava de colecionar. Krig-Ha Bandolo é o grito de guerra do Tarzan e significa “Cuidado! Aí vem o inimigo”.

Eu não me lembro disso, mas, segundo o professor José Antônio de Carvalho, o Raul Seixas esteve em Jales, em um show do cantor Jerry Adriani, no Clube do Ipê. Na época (1969-70) ele ainda era conhecido como Raulzito e tocava na banda que acompanhava o Jerry. 

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UM MINEIRO EM CUBA. E OUTRO NO PARAGUAI

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Sempre que pode, o seo Chico Melfi me visita lá na Rádio Regional, aos domingos, para colocarmos o assunto em dia.

Ontem, por exemplo, um pouco aflito com a expectativa do resultado das eleições, que só sairia às 20 horas, ele me visitou. E aproveitou para me contar como Mário Palmério escreveu os versos de “Saudade”, uma linda canção que o Renato Teixeira e o Zé Geraldo interpretam divinamente.

Norton-Foto0031Mas eu me lembrei do seo Chico Melfi porque, em certa ocasião, ele nos disse que o amigo Norton Luís Bechtlufft era “um valioso presente que Minas pra Jales enviou”. E é mesmo! Norton é daquele tipo de pessoa que valoriza a amizade, muito mais do que qualquer outra coisa.

Um dia desses, o Norton me ligou de Cuba – para onde ele viaja de vez em quando – pra dizer que tinha acabado de acessar o meu blog lá em Havana, a fim de se inteirar das notícias de Jales.

Para comprovar, ele enviou também algumas fotos. “Cardosinho, tem muita gente que acha que aqui em Cuba não tem internet. Estou mandando as fotos pra você mostrar que não é bem assim”, explicou o Norton, que disse também que já estava com saudade de Jales.

Mas, voltando à “Saudade” do Mário Palmério – mineiro, como o Norton – ela foi escrita no Paraguai, onde ele atuou como embaixador do Brasil, entre 1962 e 1964.

Alguns amigos paraguaios perguntaram a Palmério o que significava “saudade”, um termo que eles não conheciam. Ele, então, pediu um papel e rabiscou os versos que o prezado leitor poderá ouvir no vídeo abaixo:

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NO RECIFE, LULA CRITICA REVISTA INGLESA QUE PEDIU VOTO PARA AÉCIO

LULA EM RECIFE

Em comício realizado ontem, no Recife, o ex-presidente Lula criticou a revista inglesa The Economist que, em sua última edição, publicou reportagem defendendo o voto em Aécio Neves. 

“O que eles pensam que nós somos? Que nós somos gado? Será que a revista está dizendo para votarmos no candidato dos banqueiros? Ou vota no candidato dos banqueiros ou vota no candidato dos brasileiros. É isso que está em jogo”.

Lula e Dilma desfilaram em carro aberto pelas ruas do centro de Recife por 45 minutos. Pernambuco foi o único estado do Nordeste onde Dilma perdeu, mas, de acordo com pesquisas internas, a presidenta estaria, neste segundo turno, com 64% da preferência dos pernambucanos,  contra 24% de Aécio.

Segundo reportagem do Estadão, Dilma foi saudada aos gritos de “eu te amo” pela população do Recife. “As pessoas lançavam papel picado do alto dos prédios, quando a presidente passava, acenando. No meio da multidão, que se empurrava muitas vezes, crianças e idosos”, diz o Estadão. “É um negócio maior do que o Galo da Madrugada”, comparou o senador Humberto Costa (PT).

petrolina-juazeiro

Antes do Recife, Lula e Dilma estiveram em Petrolina e Juazeiro. Mais de 30.000 pessoas acompanharam a candidata petista e o seu principal cabo eleitoral na travessia da ponte que liga as duas cidades e une os estados de Pernambuco e Bahia.

A ponte, que tem 800 metros, transformou-se num mar vermelho de gente. Dilma aproveitou para alfinetar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que, em entrevista ao UOL, declarou que “o eleitorado do PT está fincado nos pobres e mal informados”. Em seu discurso, Dilma disse que “nós somos ignorantes porque ignoramos os tucanos”.

E já que estamos falando em Petrolina e Juazeiro, que tal ouvirmos Elba Ramalho e Geraldinho Azevedo?

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“AMIZADE SINCERA” – RENATO TEIXEIRA E SÉRGIO REIS

Amigos desde os anos 60, Renato Teixeira e Sérgio Reis são vizinhos e já trocaram diversas experiências musicais.

Em setembro de  2010, eles gravaram o CD/DVD “Amizade Sincera”, pela Som Livre. A intenção do  show, realizado no Teatro Bradesco, em São Paulo (SP), foi de realizar uma grande viagem pela música ruralista brasileira.

Em 2011, Renato Teixeira e Sérgio Reis receberam o 22º Prêmio da Música Brasileira, na categoria melhor dupla regional, em função do DVD “Amizade Sincera”.

No vídeo abaixo, eles cantam a música que deu nome ao trabalho. Composta por Renato Teixeira, a canção reflete a cumplicidade dos amigos cantores. Da gravação, participam Chico Teixeira e João Lavraz, filhos de Renato, e  o violeiro Paulo Reis, filho do Serjão.

Daqui a pouco, às 10:00 horas, estarei na Regional FM apresentando o Brasil & Cia. E depois do programa e do almoço, lá pelas 15:00 horas, irei até a escola Euphly Jalles, onde voto. Não votarei no Serjão – que é candidato a deputado federal – pois prefiro vê-lo cantando.

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TOM JOBIM PARA BOTINUDOS

CHITAOZINHOEXOROROdivulgacaoParece que os irmãos José e Durval, conhecidos no meio por Chitãozinho & Xororó estão mesmo dispostos a conquistar novos públicos.

Depois de gravarem o CD Sinfônico, com a orquestra do maestro João Carlos Martins e participação de Caetano Veloso, Maria Gadu, Djavan (vídeo abaixo) e outros, eles estão apostando em um novo projeto.  

Chitãozinho e Xororó preparam, em estúdio de São Paulo, um disco inteiramente dedicado ao cancioneiro do maestro Antonio Carlos Jobim, o Tom.

Trata-se do primeiro CD feito pela dupla sertaneja paranaense com músicas de um determinado compositor. O repertório inclui Eu sei que vou te amar (Tom e Vinícius), entre outros standards de Jobim.

A ideia da dupla Chitãozinho & Xororó é transpor o cancioneiro de Tom para o universo sertanejo.

E depois de uma folga no domingo passado, estarei de volta com o Brasil & Cia, daqui a pouquinho, às 10:00 horas, na Regional FM. Abaixo, o vídeo onde Chitãozinho e Xororó cantam com Djavan a música “Sorri” (Smile), um clássico do Charles Chaplin.

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