“Foi com extrema indignação, com repulsa mesmo, que tomei conhecimento dos diálogos em que procuradores da Lava Jato referem-se de forma debochada e até desumana às perdas de entes queridos que sofri nos anos recentes: minha esposa Marisa, meu irmão Vavá e meu netinho Arthur“, escreveu o ex-presidente Lula, sobre os novos trechos de conversas de procuradores da Lava Jato, revelados pelo The Intercept e UOL, nesta terça (27), que tratam sobre a morte de familiares.
“Confesso que foi um dos mais tristes momentos que passei nessa prisão em que me colocaram injustamente. Foi como se tivesse vivido outra vez aqueles momentos de dor, só que misturados a um sentimento de vergonha pelo comportamento baixo a que algumas pessoas podem chegar.
Não imaginava que o ódio que nutriam contra mim, contra o meu partido e meus companheiros, chegasse a esse ponto: tratar seres humanos com tanto desprezo, como se não tivessem direito, no mínimo, ao respeito na hora da morte. Será que eles se consideram tão superiores que podem se colocar acima da humanidade, como se colocam acima da lei?
Peço a Deus que ilumine essa gente, que poupe suas almas de tanto ódio, rancor e soberba. Quanto aos crimes que cometeram contra minha família e contra o povo brasileiro, tenho fé que, deles, um dia a Justiça cuidará.”
O ministro Gilmar Mendes soltou o verbo a respeito dos procuradores da Lava Jato, que, segundo matéria de hoje do UOL em parceria com The Intercept, fizeram troça das mortes de dona Marisa Letícia e do neto de Lula. A matéria é do portal JOTA, especializado em notícias da seara jurídica:
O ministro Gilmar Mendes afirmou nesta terça-feira (27/8) que é preciso reconhecer que o Supremo Tribunal Federal é cúmplice “dessa gente ordinária” e que a Corte também participou de um grande vexame.
Segundo o ministro, ao homologar delações da Lava Jato o Supremo também carimbou as supostas irregularidades que teriam sido praticadas pelos procuradores.
“É um grande vexame e participamos disso. Somos cúmplices dessa gente. Homologamos delação. É altamente constrangedor. Todos nós que participamos disso temos que dizer ‘nós falhamos’, disparou o ministro. “A República de Curitiba nada tem de republicana, era uma ditadura completa. (…) Assumiram papel de imperadores absolutos. Gente com uma mente muito obscura. (…) Que gente ordinária, se achavam soberanos”, completou.
Para o ministro, os procuradores são corruptos. “Gente sem nenhuma maturidade. Corrupta na expressão do termo. Não é só vender função por dinheiro. Violaram o Código Processo Penal”.
“Descemos demais na escala das degradações. Gente que tem que ter imparcialidade, que tem que ter decência e tem a obrigação de não fazer sobre a acusação um excesso, fazendo esse tipo de coisa”.
O ministro citou a nova matéria do caso apontando que os procuradores teriam debochado, por mensagens, do luto do ex-presidente Lula diante da morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia, de seu irmão Vavá e do seu neto Arthur.
O clã Bolsonaro escondeu o Queiroz, que está sumido há meses. Está mexendo com a Polícia Federal porque ela estaria investigando um dos filhos, o senador Flávio Bolsonaro. Mexeu na Receita Federal porque ela estaria “devassando” um irmão do presidente. E ainda tem gente desinformada que acredita que o governo Bolsonaro combate a corrupção. Deu no UOL:
O governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) é avaliado como ruim ou péssimo por 39,5% dos brasileiros, aponta pesquisa do instituto MDA encomendada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) divulgada hoje. Em fevereiro, esta avaliação era feita por 19% dos entrevistados.
De acordo com o levantamento, 29,4% consideram o governo como ótimo ou bom e 29,1% como regular. Não souberam ou não responderam 2% dos entrevistados.
Foram realizadas 2.002 entrevistas entre os dias 22 e 25 de agosto, em 137 municípios. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais. A pesquisa também mostrou que 53,7% das pessoas desaprovam o desempenho pessoal do presidente. Já os que aprovam são 41%. Os que não souberam ou não responderam são 5,3%.
Para os entrevistados, as áreas em que o governo está se saindo melhor são combate à corrupção, segurança e redução de cargos e ministérios, enquanto as três piores são saúde, meio ambiente e educação.
Esse boca de sovaco, o Marcelo Madureira, ajudou a disseminar o ódio e colaborou, inclusive com seu voto, para que Bolsonaro chegasse ao poder. E agora, ao perceber que fez bobagem, é alvo da truculência dos bolsominions. Bem feito pra ele!
O humorista Marcelo Madureira teve de sair escoltado pela Polícia Militar de um ato organizado pelo Movimento Vem Pra Rua na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, por fazer críticas ao governo Jair Bolsonaro.
Do alto de um carro de som, ele foi alvo de gritos de “fora” e “desce, teu carro é outro” por parte de manifestantes vestidos de verde amarelo e com camisetas que estampavam os rostos do presidente da República e do ministro da Justiça, Sergio Moro.
“Não tenho medo de vaias. Votei no Bolsonaro e vou criticar todas as vezes que for necessário. Como justificar uma aliança do Jair Bolsonaro com o Gilmar Mendes para acabar com a Operação Lava Jato? É isso que está acontecendo”, disse Madureira antes de ter o microfone cortado.
Os organizadores apelaram ao público para “não dividir o movimento”. Pouco depois, Madureira desceu do carro de sol e foi escoltado por policiais até um táxi, recebendo vaias de alguns e os parabéns de outros. “É uma minoria de pessoas que não sabem viver em um regime democrático. O governo está fazendo coisa errada”, disse.
Em São Conrado, uma repórter do jornal Estado de S.Paulo foi, por duas vezes, abordada de forma ameaçadora por manifestantes. Não houve agressão física.
“Se o senhor não pode ajudar, por favor, não atrapalhe” — disse Bolsonaro para Sérgio Moro, segundo o GLOBO
Reportagem do jornal mostra o crescente desgaste de Bolsonaro com seu ministro.
A suspeita é simples: Bolsonaro humilha seu ministro para forçá-lo a pedir demissão.
Veja um trecho da reportagem:
O abalo da relação entre Jair Bolsonaro e Sergio Moro — que atingiu seu ápice nesta semana com as declarações do presidente de que é ele, e não o ministro, quem manda na Polícia Federal — começou a crescer há quase um mês. Mais precisamente na tarde de 28 de julho, quando Moro foi ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, pedir que ele fizesse uma revisão da decisão em que restringiu o compartilhamento de relatórios do antigo Coaf , hoje Unidade de Inteligência Financeira (UIF), com os ministérios públicos e a Polícia Federal. O movimento do ministro irritou o presidente Jair Bolsonaro.
Desde que soube do pedido de Moro a Toffoli e a outros ministros do STF, Bolsonaro decidiu inviabilizar a presença do ministro no governo. Os dois já vinham tendo alguns desentendimentos desde o início do ano. O pedido foi a gota d’água. A petição para suspender investigações iniciadas com base em relatórios detalhados do ex-Coaf fora feita pelo advogado Frederik Wassef em nome do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente.
Tão logo foi informado do interesse de Moro em reduzir o impacto da decisão de Toffoli, Bolsonaro chamou o ministro para uma reunião no Palácio do Alvorada. No encontro, foi direto ao assunto, com uma breve introdução. Primeiro, o presidente disse que nunca pediu qualquer favor ao ministro. Disse também que Moro nunca ofereceu qualquer ajuda a ele. Mas, naquele momento, precisava deixar as coisas claras.
— Se o senhor não pode ajudar, por favor, não atrapalhe! — disse Bolsonaro, segundo relatou ao GLOBO uma fonte com bom trânsito entre familiares e amigos do presidente.
A partir dali, a conversa teria subido de tom e, ao final, o ministro deixou o Alvorada com o semblante carregado. Dias depois, Bolsonaro foi informado de que Moro, mesmo após o tenso diálogo, continuava fazendo gestões em favor da revisão da decisão de Toffoli. No mesmo instante, o presidente resolveu que ampliaria a beligerância contra o ministro da Justiça.
Na última quinta-feira, o presidente elevou ainda mais o tom, ao dizer que poderia demitir mesmo o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, uma escolha de Moro. Perguntado se não seria uma interferência, dispensou meias palavras, afirmando que é ele quem manda na PF.
A declaração foi interpretada por aliados e críticos do ministro como mais um recado para forçar Moro a pedir demissão. Se não pode mandar na PF, o ministro da Justiça não teria muito o que fazer no governo. O raciocínio era repetido por políticos e policiais, que esperavam uma reação de Moro. O GLOBO tentou, sem sucesso, falar com o ministro sobre os desentendimentos com Bolsonaro.
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes disse que a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo do tríplex do Guarujá (SP) pode ser anulada caso se configure no processo a suspeição do então juiz da Operação Lava Jato e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, e destacou que o petista merece um julgamento justo.
“Anular a condenação (do Lula) se eventualmente ocorrer por questão de suspeição, isso leva a um novo processo. Eventualmente isso pode ocorrer”, disse o ministro.
“É importante fazer essa análise com todo o desprendimento. A mídia se tornou num determinado momento muito opressiva. O bom resultado não é só aquele que condena. Isso não é correto. A gente tem que reconhecer que devemos ao Lula um julgamento justo”, afirmou ele, em entrevista exclusiva à Reuters na quinta-feira em seu gabinete.
Em junho, Mendes chegou a defender que o ex-presidente aguardasse em liberdade o julgamento de um pedido de sua defesa para anular o processo do tríplex, sob a alegação de que Moro –responsável pela primeira condenação de Lula– teve uma atuação parcial. Na ocasião, a proposta dele foi derrotada pela 2ª Turma do Supremo, mas foi adiada, sem data marcada, a análise da suspeição de Moro.
Isso ocorreu num momento em que começavam a surgir as primeiras reportagens do site The Intercept Brasil, que cita supostas conversas de Moro e o chefe da força-tarefa da operação no Ministério Público Federal, Deltan Dallagnol. Nos supostos diálogos, teria havido direcionamento de Moro a ações do MPF no caso de Lula, o que foi usado pela defesa do petista para reforçar o pedido de suspeição do ex-juiz.
Moro e o procurador negam irregularidades e afirmam que não podem atestar a autenticidade das mensagens divulgadas. Questionado se Moro cometeu crime no episódio revelado pelas mensagens, Mendes disse que há “fortes indícios de muitas irregularidades que podem ser crimes em relação aos partícipes dessas conversas todas”. E preferiu não opinar se o ministro deveria se afastar do cargo durante as investigações do caso.
Em reportagem intitulada “Incêndios na floresta amazônica: líderes globais instados a desviar o Brasil do caminho do ‘suicídio'”, o jornal britânico The Guardian destaca a preocupante devastação da Amazônia no governo Jair Bolsonaro, que sofre cada vez mais pressão da mídia estrangeira. De acordo com a publicação, “a grande maioria dos brasileiros quer proteger a floresta, segundo pesquisas de opinião, mas o governo tem priorizado os interesses comerciais”.
“Bolsonaro anunciou nesta semana que retomaria os projetos mega-hidrelétricos na Amazônia que foram interrompidos por motivos ambientais. Seu filho propôs uma lei no Congresso que enfraqueceria ainda mais as proteções em torno do território indígena e das reservas naturais”, afirma.
“O Brasil registrou mais de 72.000 incêndios este ano, um aumento de 84% em relação ao mesmo período de 2018, segundo o INPE. Nem todos eram incêndios florestais, mas mais da metade estava na Amazônia”, reforça o jornal.
A reportagem destaca que Bolsonaro “tentou desviar a culpa”. “Ele demitiu o chefe da agência espacial e disse que os dados do satélite eram uma mentira. Seu chefe de gabinete alegou que as preocupações ambientais europeias eram uma conspiração para restringir o crescimento econômico do Brasil”, continua.
“Seu ministro das Relações Exteriores twittou que era uma tática da esquerda internacional. Nesta semana, ele sugeriu, sem evidências, que grupos ambientalistas poderiam ter dado início aos incêndios para constranger seu governo. Esta última alegação foi condenada na quinta-feira em uma carta assinada por 118 organizações da sociedade civil”, acrescentou.
O site do Ministério Público Estadual registrou, dia desses, a instauração de um inquérito policial para apurar crime de injúria em que o prefeito Flá Prandi(DEM) aparece como vítima.
De acordo com informações obtidas pelo blog, o caso envolve uma página do Facebook que, segundo sua própria definição, “tem o compromisso de levar até você, nosso espectador, informação de credibilidade em tempo real, sem vínculo partidário ou político”.
Apesar de “apartidária” e “apolítica”, a página tem se dedicado a publicar críticas ao prefeito. O diabo é que a linha que separa a crítica da injúria e da difamação é algo muito tênue e o prefeito, possivelmente, se sentiu ofendido por alguma publicação da página.
Por exemplo: há alguns dias, a página criticou o empréstimo de R$ 11 milhões obtidos pela Prefeitura junto à Caixa Econômica Federal, afirmando que o prefeito “vai sair com dinheiro no bolso e deixar uma dívida ao município de milhões de reais“, o que poderia ser interpretado como uma insinuação de que Flá vai ficar com parte do dinheiro.
E não é só isso: consta, ainda, que o prefeito teria procurado a Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrências visando averiguar supostas ofensas praticadas por um personagem muito conhecido em nossa cidade, também no Facebook.
O personagem em questão – um servidor aposentado – vem publicando, há algum tempo, postagens em que o prefeito é comparado ao boneco Pinóquio. A gota d’água, porém, foi uma publicação em que Flá aparece atrás de grades, sugerindo que o prefeito poderá ser preso antes de terminar seu mandato.